domingo, abril 30, 2006

DEZEMBRO DE 1996

O poeta Cefas Carvalho lança na Livraria Siciliano, do Midway Mall, na próxima quinta-feira, 4 de Maio, a partir das 19:00h, o seu terceiro livro: Reinvenções.

RETROVISOR
PROXIMO DIA 04 DE MAIO, QUINTA-FEIRA, ÀS 21:00h, NO VELEIROS RESTAURANTE - PONTA NEGRA: KHRYSTAL.
QUEM NÃO VIU O SHOW ANTERIOR DO RETROVISOR, NÃO DEVE PERDER ESSE DE JEITO NENHUM.
MUITO ROCK. RITMO.
KHRYSTAL NÃO PERDOA, NÃO ECONOMIZA, ATACA, BEIJA, ALISA...COMUNICA!
VAI PERDER?????
Esta mensagem foi enviada por Valeria Oliveira


Bar de Pedrinho. Sandra Shirley em primeiro plano, Tio Dennis e Cristina Tinoco, atrás.

PARA NÃO FALAREM QUE EU NÃO FALEI NO PAVAROTTI

Edgar Allan Pôla

Na sinuca de pano verde desbotado, o velho Helmut põe a bola branca mais uma vez na cassapa. Esbraveja, bate o taco contra a mesa e solta um palavrão impublicável. A gargalhada é geral. Jottoh Desmoulin toma-lhe o taco e anuncia a sentença dos derrotados: perdeu, sai! Coisas de quem sabe. Doutor Aírton abre outra cerveja para o capitão Dennis Touran, enquanto Leninha reclama da quinta saideira chegada à mesa. Satisfeita, Sandra Shirley toma a oitava Brahma paga pelo apaixonado e inebriado Volontê, que sonha possibilidades.
O escultor Jordão barganha com Paulinho pagamento para a conclusão do pórtico central de entrada do bar. Toma outra e comenta a frescuragem das meninas em festa - Gardênia a comandá-las. Ramos anuncia show de Carlinhos Bem no seu bem cuidado espaço cultural, o Balalaika, também de Antônio Carlos, do Sinte, em conversa com o homem da CUT, Zizinho, que, rápido, toma rumo do Bar do Pedrinho, em frente, à cata de um fígado acebolado. O professor Bira, concentrado no tabuleiro de xadrez, ensaia um mate no já quase grogue Cornélio Neto. Pedro Pereira diz preferir as damas e sai para uma conversa com Liége, empolgada com a apresentação do General Junkie, de Paulo e trupe.
A calçada em frente ao Meia Meia Quatro está apinhada de punks tatuados, todos proclamando liberdades e vida de amor e paz. Ao som de Janis Joplin, Help comanda a pista de dança num Cry, Baby, Cry. João Gothardo, cheio de poeira do Instituto Histórico e Geográfico, de Enélio Petrovich, conta suas descobertas do dia, enquanto Harrison Gurgel declama sua modernidade para Giovanna Pê. Tadeu Litoral, tateando entre as mesas, procura os óculos deixados não se sabe onde. Luzia pede um guaraná. Luciano de Almeida, um Macieira. Mathias circula no pedaço.
O movimento é crescente. Dorian Lima traz notícias do Profinc e da Capitania: Marise Castro, Rose Aimée, Rejane Cardoso, Carlos Furtado, Cínthia Lopes. Assis Marinho conta a Marcellus Bob como foi a queda de moto sofrida em não programada ida ao Seridó. Marcelo Fernandes tenta vender a um circunstante cartões de natal. Com uma pasta quase maior do que ele, Aires Marques adentra o recinto a procura de Dunga. Senta, pede a Clésia uma Antarctica e diz que vai ligar para a capeta Gigliola, a sua espera, na sempre atuante Babilônia. Sylvia dá mais um amasso em Fábio do PT e não muda de conversa: só tem ela pra mudar. É Fátima, Mineiro, Hugo, Juliano, não quer nem saber se a campanha já terminou. Moisés de Lima passa ao largo; traz notícias dos italianos Cacá, Fon, Lola e Carlinhos Moreno. Cida Lobo pinta no pedaço. Traz consigo, em animado papo canino, Raul da Alcatéia Maldita e Edinho da Banda Matilha. Catarina está arredia. Civone radiante com perspectivas teatrais.
Nino chega e puxa conversa com o velho Mossa, pendurado em Andréa. Berg abraça mais uma e dá notícias de Caicó: finalmente Laia esqueceu amores antigos e namora desajuizadamente, dando o que falar na cidade. Na mesa ao lado, como se o assunto não interessasse, o careca e rechonchudo André Pereira escuta atento a conversa. No balcão de tamboretes altos, os fotógrafos Marcus Ottoni, João Maria Alves e Ivanísio Ramos trocam figurinhas sobre personagens da cena política e gargalham atropelos. João da Rua chega com conversas de festivais paraibanos de artes, traz notícias de Jommard Muniz de Brito - Natal é a Londres nordestina - e atrai a atenção de Ojuara, João Barra e Guaraci Gabriel, numa mesa onde também estão Astral, Hermano Figueiredo, Venâncio Pinheiro e Antônio Ronaldo conversando sobre saudosos Festivais do Forte.
Notícias de Plínio Sanderson? "Nenhuma. Parece mesmo que ganhou o prêmio dos sumidos. Ele, Moura Neto, Rose Marie, Carlos Gurgel, Analba Brazão e Carlos de Souza", comenta o poeta Alberon, numa roda onde se encontram Henrique José, Roberto Monte e Mosquito, do PCdoBeco, em conversas de direitos humanos, Sérgio Dieb, Chico Miséria e impunidade em pauta. De Miami, vem o cartão: Maurílio Eugênio está chegando com novidades "e Cristina Jácome à tiracolo", dizem os maledicentes. Escorado à parede, vendo a apresentação d`Os Quatro em companhia do esquerdista de esquerda wilmista Osório Almeida, Racine Santos fala do seu Auto de Natal a ser encenado quando da inauguração do Largo da Rua Chile (registre-se: luta de Haroldo Maranhão).
Falves Silva - é de Leide - traz o panamá na cabeça e diz que Jota Medeiros já não é mais o mesmo: "deu até pra fazer poesia linear..." Olguinha sorri e sai, feliz da vida, acompanhada pelos poetas Bianor Paulino e Paulo Jorge Dumaresc. Vão tomar uma em Nazareno. Nas paredes, a mensagem: sorria, você também é poesia. Ou outra: ser - inevitável razão da existência. Ambas, remanescentes do Dia da Poesia próximo passado.
O mural ontem pintado a carvão por Helmut já desbotou com a neblina caída a noite. Todos os demais afrescos já sofreram a erosão de parede de reboco antigo e pobre. É noite e, à noite, todos os gajos são parcos. "Às 22:40 horas, Eduardo Alexandre deve chegar", anuncia esperançoso Jottoh, sonhando com noite acervejada.
O Meia Meia Quatro é osso ou isso: a própria etilicidade espelhada no estacionamento da tarde calorenta e interminável dos abismos profundos das trevas da noite. Todos são pardos, falam coisa com coisa e tomam o caldo da casa, iguaria única do vasto cardápio. Da Escola Sebastião Fernandes, vêm, além das Rainhas, os professores Paulo Moraes, Soares, Francisco de Souza, o negão da Refesa Zé Fernandes e Toinho Couto. Falam as últimas do "Sebastian News" e avaliam o desempenho do sindicato.
Numa mesa isolada, um solitário menestrel canta "Praieira dos Meus Amores". Ninguém ali conhece o Pavarotti, mas, com certeza, Francinha o ama. É a Sharon Stone do Jacumã.

Natal, dezembro de 1996

sexta-feira, abril 28, 2006

TUDO POR 'MINHA' CONTA

NO MEIA
MEIA QUATRO
DEPOIS DE DOIS VERSOS
A PROSA VIRA CERVEJA
EA


O DIA EM QUE JOTTOH BANCOU A FESTA

Edgar Allan Pôla

Aírton estava preocupado. Jottoh, o Ângelo Desmolin Tavares, já chegara pra lá de melado e logo se dirigiu para o fundo do bar. Foi juntando mesas numa fila interminável e chamando pessoas.

- Hoje é tudo por minha conta. Não é, capitão?

O capitão Dennis Touran, o 'carioca' não perdeu tempo:

- Mas é lógico! E quem está duvidando? Bigode, desce outra ampola super gelada!!!! De 600ml, faz favor!

Da churrasqueira completamente tomada da mais suculenta e legítima picanha argentina, vinha o cheiro convidativo da carne na grelha:

- Toque fogo!

Era Cornélio Neto, animado diante dos proclamos do velho Jottoh, cabelo tinindo de preto, obra de tintura carinhosamente providenciada pela secretária recém-contratada, Sandra Shirley, que primava no trato do misterioso e taciturno Corcunda de Casa Amarela.

- O velho é vaidoso. Imagine que tive de trazer dez camisas para ele escolher uma...

Francinha chega e vai logo interrompendo a conversa:

- Ângelo, tem cigarro, aí?

- Deixei no carro... Capitão, resolva aqui a parada da senhora Aguiar.

Cigarro providenciado, afundado em sua cadeira de diretor de cinema, com direito a nome pintado e tudo, o velho, sem ter dispensado as antigas havaianas, continua a conversa.

- Francinha, telefone para o João e diga para ele vir aqui no Meia Meia Quatro que tem cem pratas para ele. Não é porque a Prefeitura não paga que ele vai ficar sem dinheiro. É só cantar a Praieira...

Escorado no balcão, Bigode assistia incrédulo a tudo aquilo.

- Só quero ver quem é mesmo que vai pagar essa conta...

E você ainda não soube, Bigode? O Jottoh ganhou na Mega Sena. Sozinho. Tá montado na nota, o velho, e veio comemorar...

- Não tá vendo que isso é mentira, Clarindo? Jottoh nunca comprou bilhete de loteria...

- E não comprou mesmo. Achou, ali, na Praça Padre João Maria, num banco, defronte a Nazareno. O velho pegou o bilhete, viu que estava na validade e botou no bolso. Depois, acendeu ao santo uma vela ali encontrada, e fez a promessa:

- Se ganhar, eu fecho aquele bar e dou a maior festa! E de portões abertos...

- Está aqui, hoje, para pagar a promessa.

A FESTA

Quem chegava era logo informado da novidade: cerveja na canela para todo mundo, cachaça, uísque, o Macieira para Luciano, e churrasco das melhores carnes: maminha, cupim, filé, contrafilé, alcatra, bisteca, porco, frango a vontade e para todos os gostos, lingüiça de Caicó encomendada por Berg e até o ressuscitado caldo da casa, antes, famosa iguaria única do vasto cardápio.

Contratados para cantar, Géo Ventania, vinda especialmente da Paraíba, fazia duo com Carlinhos Bem. O coro, também devidamente remunerado, estava composto de cinco vozes: Help, Mossoró, Volontê, Sylvia e Leninha, a Maria José. Tudo numa produção contratada, à vista, ao Babilônia, também responsável pela documentação em foto e vídeo.

Radiante, Jottoh distribuía gentilezas:

- Aírton, um copo de cristal aqui pro meu amigo Alexandre. Da Tchecoslováquia, faz favor. Esse careca merece...

Convidados especiais, Zizinho, da Central Única, e a deputada Fátima Bezerra. Sondado para fazer a crônica da festa, Valério Mesquita foi dispensado de última hora. Jottoh não iria cometer uma injustiça assim tão grande com o amigo Edgar, reconheceu o crítico João de Morais, o da Rua.

Já com a recém-nascida no colo, o casal Paulinho e Clésia ocupavam o lado direito do anfitrião e não prestavam serviços. Cinco garçons devidamente paramentados, com direito a gravata borboleta, impecáveis camisas brancas de mangas longas, abotoaduras e calça preta, obedeciam aos comandos de Aírton, ainda surpreso com aquela invasão de profissionais em sua seara.

- Doutor Ângelo, tem alguém aí fora procurando por você. Traz um bolo que parece até de casamento de noiva socialaite, anuncia Pedro Pereira.

- Mande entrar! A conta já está paga. Por favor, verifique se beijos e brigadeiros, salgadinhos, estão devidamente acondicionados e longe das formigas...

Mal o imenso bolo adentra o recinto, chega um emissário dos Correios.

- Telegrama para o doutor Ângelo Desmolin.

- Pode abrir, doutor Aírton! Diz de seu trono o anfitrião. E pode lê-lo pra gente, solicita.

Aírton abre o telegrama e, mais uma vez surpreso, diz ser da Casa Civil do Governo do Estado.

- É de Garibaldi. Pergunta se pode vir para a festa...

- Ô, Sandra! Pegue aí meu celular e ligue pro gabinete e diga lá pro Luís Eduardo que não estamos convidando autoridades para hoje. Quem sabe, na próxima semana...

Num canto meio isolado, Marcelo Fernandes e Marcelus Bob sonhavam possibilidades préctices para o Ateliê Unir:

- Com o velho montado na grana, podemos pensar em até comprar um daqueles prédios da rua Chile... Ou alugar uma lojinha no Via Direta autilete... Comprar aquele terreno baldio do mirante Chico Miséria...

- E já imaginou a quantidade de coisas que chegará para o velho? Tudo da melhor qualidade, direto de nova Iorque, Londres, Paris, Juazeiro e Petrolina?

Luciano Almeida, que estava do lado de fora num grupo integrado por Liége, Jácio, Verinha, Ramos e Falves Silva fazendo o quê não se sabe, chega com a notícia:

- O peru encomendado à Nick Buffet chegou. Coisa, no mínimo, para uns doze ou quinze quilos. Imenso...

Em baixela de prata, trazido por uma morena em trajes sumários, o bumbum boa parte de fora, arrepiando a galera, o peru chega à cena da ceia.

- Esse é só para a diretoria, avisa Desmolin, anunciando em seguida que outros dois exemplares já estão encomendados.

Duas da tarde, os rojões espoucam invadindo ouvidos de gente desprevenida da Gonçalves Ledo. Anões segurando balões voadores coloridos invadem o pedaço. A seguir, palhaços fazendo firulas, dando cambalhotas, anunciam o show de Dimas Carlos, do Zás Trás: Brasil in Concert.

Tudo é festa e o anfitrião está satisfeito. Dispensa a cerveja e os uísques de 32 anos devidamente providenciados para as comemorações, e toma duas doses de cana: Ipioca legítima, da primeira safra. Pega no sono e ninguém ousa perturbar sua paz celestial.

Fim de festa, Aírton numa trabalheira imensa de recolhimento de mesas, cadeiras, et coetera e tal, percebe que alguém ainda permanece no ambiente, em sono ferrado, atrás de um carro de venda de churros.

- Acorda, Jottoh! A festa acabou.

- Acabou, eu sei. Todos ficaram satisfeitos... Gastei, mas gostei.

- Como gastou? Você ainda está devendo as pingas que tomou...

- Devendo? Como? Eu não tinha pago tudo com antecedência? Os perus, as picanhas, o coro, os músicos, os espetáculos, o foguetório? Cadê Sandra Shirley, minha secretária? E o meu motorista? Será que também levaram meu celular?

Meio atrapalhado, sem bem entender o que estava se passando na cabeça do velho bêbado, ali, ainda estendido, dizendo besteira, Aírton dá a sentença:

- Ou paga ou não entra mais aqui! Tá pensando que está rico, é velho? Que ganhou na loteria? Eu bem que avisei pro Dennis que não lhe desse aquela almofada. Que deixasse você dormindo no chão duro. Almofada faz mal a sonho de bêbado. Amolece, faz o cara acordar pensando que está no paraíso... Sai dessa, Mané! E pague logo as canas que você tomou!

Sem um níquel no bolso, Jottoh se levanta, triste, desolado, certo de que tudo não passara de um bom sonho, generoso sonho, e caminha para o portão.

- Bote na conta do doutor Eduardo... Na nossa conta conjunta.

- Mas Eduardo não bebe cachaça...

- Então chame a polícia. Mande logo prender esse velho que lhe ama e só lucros traz para essa bodega...

terça-feira, abril 25, 2006

OS SANITÁRIOS DO 664


Interior do Meia Meia Quatro
Francinha, Ceiça(?), Laia, Falves Silva
Lá atrás, Leninha e Help.


A poça espelhada

Ao contrário da maioria dos bares do Beco e adjacências, o Meia Meia Quatro tinha dois sanitários, sim, senhor, um masculino e um feminino.

Para se ter melhor idéia da geografia do lugar, tratava-se de um espaço que ia da Gonçalves Ledo à Voluntários da Pátria, na Cidade Alta, com frente para a primeira e fundos para a segunda, sem acesso a esta, um muro de fundo impedindo a paisagem da rua de trás.

No meio do vão, à esquerda de quem entrava, um pequeno cômodo coberto, dividido em espaço para mesas (duas já lotava), espaço para balcão apertado, cozinha apertada, dividida para o apertado toalete das meninas, que tinha uma porta meio parecida com aquelas de bangue-bangue americano, aberta a dois palmos e meio do chão, com uma única diferença: era de uma única peça, agarrada à direita da parede de quem entrava.

Anexo ao cômodo, um breve telheiro com cimentado em espaço aberto, uma mesa de sinuca e, lá no fundo, a céu também aberto, o sanitário masculino, em tijolo aparente, tipo tanque comprido e estreito, de metro e meio, se muito, construído após pequena mureta que tinha a serventia de tapar a visibilidade de quem poderia ver quem mijava.

Pode-se e deve-se falar mal de sanitários mal cuidados de bares que freqüentamos, mas aquele do Meia Meia Quatro era especial, especialíssimo: era o mais fedido de todos os que se possa ter notícia, só a água da chuva o lavava.

Esse sanitário era famoso, mas também por outras utilidades. Como reboco não havia na parede e a massa entre os tijolos não se firmava, deixando buracos por toda a sua extensão, o lugar também ficou conhecido como o mocó das pontas, fazendo, muitas vezes, a festa de quem chegava naquela cara de morrer e se deparava com a feliz surpresa: o tesouro achado – qualquer pedaço de coisa.

O sanitário feminino também tinha história famosa.

À esquerda de quem entrava, ficava, pelo lado de fora, a pia para a lavagem de mãos, rosto, sei lá que mais. E a pia tinha um vazamento que deixava uma poça d’água eterna, que ia de sanitário a dentro, concentrando-se mais regularmente defronte ao trono das meninas.

Uma das personagens mais marcantes daquele pedaço era um sujeito magro, aparentemente alto, sem sê-lo, careca daquelas que ainda mantêm um friso central de cabelos ralos esvoaçantes, debochado e sem qualquer vergonha de nada.

Era Berg. Amigo de Laia Torpedo, os dois caicoenses, assídua freqüentadora do pedaço, à época.

Apesar de conterrâneos ou talvez por isso, eles viviam brigando. Mas a estória não tem nada com isso.

Enquanto a turma do sinuca se divertia, o velho Helmut a esbravejar a cada tacada perdida, vez por outra, depois que uma das meninas adentrava o espaço de aliviamento, Berg começava a narrar jogo estranho, bem diferente do que estava sobre a mesa.

- Lá vai ela. Tirou a calcinha. Parece ser vermelha. É cabeluda. Acocorou. Xuááááá!

- Que diabo é dez, Berg? Perguntava Tio Dennis, ‘o carioca’, curioso para saber de que se tratava.

E ele continuava:

- Pegou o papel. Passou na maciota. Jogou no cesto de lixo. Levantou a calcinha e vai saiiiiiiiiiiiiiiiiir. Saiu!

A porta se abria e uma dama aparecia no recinto do jogo.

Como a parte de baixo da porta tinha a fenda e sobre o cimentado se formava a poça, esta se tornava espelhada e o sem-vergonha, no ângulo que só ele conhecia, a tudo via e não contava a descoberta a ninguém, fazendo segredo do que narrava.

Quando Bigode descobriu, o tempo fechou.

Falei tempo, porque sem tampo a porta e o vazamento da pia continuaram, até que um dia o bar acabou.

NO TEMPO DO MEIA MEIA QUATRO


Aqui, distingo alguns militantes ainda no pedaço do Beco.
Ricardo Brito, à esquerda, de óculos, meio encoberto pelo cara com os óculos escuros agarrados na camisa; Marcelo Fernandes, em quase primeiro plano; Ceiça de Lima e seu belo sorriso; Aluízio Matias, também meio encoberto, quase no centro; de costas, logo depois da soleira, Berg, de Caicó; e o quarteto musical fantástico da época: Pedro Mendes, Carlinhos Bem, Carlança e Edinho, que depois iria encontrar-se com Cida Lobo e ganhar o rumo de Sampa.

Breves recordações de um tempo meu

Depois que fui exonerado da Fundação José Augusto por ser "o marajá da cultura do Rio Grande do Norte", passei 10 anos distante do movimento cultural da cidade.

Fui criar meus filhos, que, à época da exoneração, estavam com 4, 5 anos de idade, respectivamente, ainda em fase pré-escolar. 10 anos dedicados ao ensino particular, na matemática, português, inglês, história, geografia, o que viesse, depois de 10 anos inteiros dedicados ao movimento cultural da cidade - Galeria do Povo, Festivais do Forte, Dias da Poesia, Passeios Poéticos, Bar Verso & Prosa e outros.

Não sei o que levou alguém a pensar o que pensou, até porque, até hoje, nunca tive dinheiro na minha vida e o que eu ganhava da FJA dava somente para pagar o aluguel de uma casa de conjunto na Cidade Satélite, sem nenhum luxo e sem nenhum diferencial das demais.

Depois de me recuperar do trauma, mantive uma escolinha de reforço escolar - no batente pela manhã e à tarde, e, à noite, até às 10 horas, fazendo o Mural Escolar, tipo Galeria do Povo, na E.E. Sebastião Fernandes de Oliveira.

Até que, um belo dia, um amigo me convida a uma ida ao centro da cidade, para uma cerveja, onde nos deparamos com uma espelunca que era estacionamento de veículos e que também vendia geladas.

Daí, fiquei freguês. Quando acabava o expediente na Sebastião, passei a ir ao 664 - Meia Meia Quatro, como era chamado o espaço.

Foi a minha volta ao movimento cultural, já que, apesar do mural na E.E. Winston Churchill e, depois, na Sebastião, mantinha-me isolado do coletivo artístico para não voltar a me contaminar e permanecer 'nesse mundo sem futuro', sem grana e sem perspectiva como é aqui em Natal o destino de quem se mete a besta no ramo.

O Meia Meia Quatro era um bar sui gêneres, ali na Gonçalves Ledo, onde passei a conviver diariamente com seus proprietários, Paulinho e Bigode, e reencontrar gente das artes plásticas, poesia, jornalismo, amigos que eu havia deixado para trás na convivência.

Um desses grandes amigos era Ângelo Demoulins Tavares, o Jotó, que, diferentemente de hoje, 'bebia, jogava e era perdido por mulher'.

Jotó era o meu parceiro de cerveja e, dizia o doutor Bigode, advogado cearense, aqui se valendo do boteco para sobreviver, depois de uma fugida de um casamento frustrado por Fortaleza, que mantínhamos, eu e Jotó, uma conta conjunta, já que o velho não pagava praticamente nada, deixando por minha conta, na maioria das vezes, os pagamentos das despesas. Coisa pouca, de três, quatro cervejas, quando muito, pois cedo a escolinha me esperava para as aulas da manhã.

Por esta época, reencontrei o velho amigo doutor Zizinho, que me levou para a direção da CUT, a gloriosa (à época) Central Única dos Trabalhadores, cuja sede ficava e ainda está ali na Rio Branco, próxima ao Banco do Brasil.

Quase defronte ao Meia Meia Quatro, outra espelunca funcionava: era o Bar de Pedrinho, o preferido de Zizinho.

Ele era presidente da CUT/RN e tinha um sonho, além dos devaneios políticos, que era criar uma Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências, esse adjacências providencialmente 'arranjado' por Volontê, para dar preciosidade à sigla - SAMBA.

O movimento cultural no pedaço cresceu.

Vieram as festas no Meia Meia Quatro e o movimento no centro da cidade tomou novo fôlego com novas adesões e muita festa.

Logo depois de fundada oficialmente a Samba, sem ter uma coisa a ver com outra, o Meia Meia Quatro entrou em decadência e os seus donos resolveram partir para outros negócios, enquanto Pedro Abech fazia uma boa reforma na espelunca de então, montando um bar que se tornou célebre por reunir, a partir do happy hour, uma boa moçada ligada às artes, tornando-se um ponto de convergência sempre em ebulição, especialmente no campo da música, fazendo surgir vários nomes para os palcos da cidade. Entre esses, Khrystal e Donizete Lima.

Do Meia Meia Quatro têm-se muitas estórias e muitas saudades. Prometo contar algumas delas mais tarde, aqui neste espaço.

Por enquanto, escrevo este não acabado pedaço de crônica, apenas para resgatar a foto que me chegou hoje a noite, de Ceiça de Lima, nossa diretora adjunta da Samba nas suas duas primeiras gestões.

Obrigado pelas boas lembranças que a foto traz, dona Ceiça.

Aguardem.

domingo, abril 23, 2006

A BOA DISPUTA

Orf
Ontem, no Beco, os candidatos a diretor executivo e membros de chapas inscritas para a eleição de nova diretoria da Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências estiveram em ação, dirigindo palavras à comunidade presente.

Não havia grande platéia para julgar discursos e definir voto. Foram palavras para os que já tomaram partido e sabiam em quem votar.

Mas foi um exercício sadio de prática cidadã, democrática, os candidatos disponíveis para a apresentação de suas idéias e para o debate.

Ganha o Beco da Lama porque sedimenta uma prática a ser continuada.

A Tribuna do Candidato, mesmo que seja uma cadeira ou tamborete que a simbolize, traz uma prática civilizada de convívio do contraditório de forma fraternal.

Sensibiliza-nos a forma educada de comportamento entre os confrades em disputa. Não existe motivo para arengas quando um problema se apresenta para ser resolvido pela Comissão Eleitoral. Ela é soberana e tem sabido escutar argumentos de partes desarmadas de interesses mesquinhos que empanem a lisura da boa disputa.

Sábado que vem, vamos ter voto na urna e contagem desses votos becodalamenses. Vamos parabenizar vencedores e não-vencedores, porque derrotados não haverá. E vamos partir para uma nova gestão que será de consolidação e crescimento, com dois novos desafios que chegaram como propositura para a entidade: o trabalho social e a busca de juventude.

Encerramos nossa missão à frente da entidade e uma palavra muito especial devemos dirigir a todos os que se empenharam nesse trabalho coletivo que foi a luta continuada pelo desenvolvimento da cultura natalense e o resgate da luta patrimonial do que representa a alma da cidade, que é o berço de sua origem histórica: muito obrigado a todos.

À nova diretoria, deixamos a afirmação de que estaremos juntos na missão que nos for confiada, na palavra que puder auxiliar.

Aos votos, pois. E parabéns aos que se empenharam na boa disputa.

Orf
Orf
Candidatos Alexandro Gurgel e Ubiratan Lemos

sexta-feira, abril 21, 2006

AFRONTA

EMBAIXADOR INFORMAL

A revista Veja desta semana traz matéria informando que o ex-ministro e ex-deputado (cassado) José Dirceu está representando Lula em encontros políticos. Num deles, teria, inclusive, conversado com Condoleezza Rice, secretária de Estado do governo americano.

A matéria, pegando o gancho da denúncia do procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, chama Dirceu várias vezes de “chefe da quadrilha” e diz que ele esteve pelo menos três vezes nos últimos dois meses conversando com o presidente Lula na granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência da República. Lembra também a recente visita que o ex-ministro fez a Itamar Franco, para tratar de assuntos eleitorais, e noticia ida do ex-todo-poderoso do governo Lula à Venezuela, para conversa com o presidente Hugo Chávez.

Se verdade o que é noticiado por Veja, o presidente usando como ‘embaixador informal’ um ex-integrante de sua equipe afastado por suspeitas de envolvimento em um esquema de compra de parlamentares (leia-se suborno), através de um esquema suspeitíssimo de desvio de dinheiro público, é grave o momento que vivemos.

É como se Lula estivesse a zombar de todos nós brasileiros, cansados das danças funestas de descaramento explícito.

Chega a ser uma afronta que bem diz do pouco zelo que ultimamente se tem tido à instituição República, construída através de uma longa luta histórica do nosso povo. E, no caso, imperdoável.

Que Lula pessoalmente mantenha a amizade de décadas com o ‘companheiro’ Dirceu é admissível. Ao presidente que teve que demiti-lo e que tem conhecimento das denúncias feitas por um procurador geral da República, não. Que Dirceu converse política com quem bem entender, nada a obstar. Mas daí a representar o presidente da República em conversas com altas autoridades de outros países, isso passa de qualquer limite de tolerância.

Está certo, Dirceu ainda não foi julgado nem condenado pela Justiça brasileira. Foi cassado pela Câmara, em ato considerado político. Em função disso, o partido ao qual é filiado, o Partido dos Trabalhadores, o mesmo do presidente da República, ainda o recebe como eminência parda e o tem como um dos principais nomes para administrar a campanha de reeleição do candidato Lula, mas pesa sobre ele fortes indícios de envolvimento em tudo o que foi apontado pelo procurador Antônio Fernando de Souza e que também está no relatório da CPMI dos Correios.

Não fica bem ao presidente Lula desconhecer o peso das denúncias feitas, até porque ele mesmo já reconheceu culpa no caso, quando pediu desculpas à Nação pelo “uso de caixa 2’ em campanha de seu partido.

Dirceu transita leve e solto no universo político-eleitoral e Lula nem candidato oficial é. Todos sabem que ele é candidato, mas, por conveniência, nem ele nem o seu partido declararam-no candidato.

Que Condollezza Rice ou qualquer outro representante oficial de qualquer país receba Dirceu para uma conversa, nada demais se o faz em caráter estritamente pessoal.

O difícil é separar-se o pessoal com o oficial em casos como tais.

Lula não é candidato, mas poderá vir a ser. Antes disso, ele é presidente da República e deve agir com o decoro e com a responsabilidade que a função exige.

PREPARANDO O 8 DE MAIO

BARRADOS NO BAILE

há algo de novo na arte?
depois do escandaloso "salão dos recusados" (1863)
extasiados pela modernagem eufórica da belle èpoque, em 1874 jovens pintores recusados no salão oficial de paris
antenados no futuro constituem "sociedade anônima":
monet, renoir, pissaro, sisley, cézanne, degas, morisot
e expõem (à margem do salão) na casa do fotógrafo nadar
boulevar dos capuchinhos nº 35
deflagrando uma ruptura estética e temática no umbigo da arte
inaugurando com o "impressionismo"
a contemporaneidade das vanguardas.

na "teoria do conhecimento": o pensamento mítico, o senso comum, a ciência a filosofia e a arte são modos de enxergar o mundo.
o conhecimento, entretanto, só é relevante quando transforma ambos
tanto o sujeito (cognoscente) quanto o objeto (fenômeno)...
será que a liberdade assusta? O público gosta do já visto?
detesta ser apanhado desprevenido ou surpreendido pelo imprevisto?

a arte cumpre sua função quando transgride,
desafia os parâmetros vigentes.
explorar o mundo sem constrangimento.
desprezo total pelas obras-primas absolutas...
desorientação estética?
durante séculos os artistas foram tolhidos pelos mecenas, pela religião
pelos preceitos dos críticos e, recentemente, pelos curadores.
quebrar as algemas, recusar a rotina e o academicismo.
o inconformismo abre as portas para emancipação.
em natal 2006, o "barrados no salão" celebra o
8 de maio - "dia do artista plástico".
uma plêiade de artistas, deserdados da vida cotidiana
em entrelaçamento de influências e confluências pessoais
num ímpeto de liberdade individual e igualdade social
proclamam contra a receita técnica, o escolhido,
o distinto, o excepcional,
contra o acabado, contra os cânones hierárquicos
e as falsas elegâncias dos salões e vernissagens.

tira as teias esclerosadas dos teus olhos.
a arte não é só fruição, mas síntese da essência cultural de um instante histórico.
sem bulas ou encíclicas
"barrados no salão" prega ver a arte com os olhos livres
sem hors-concours ou excluídos!

Plínio Sanderson

quinta-feira, abril 20, 2006

TORTURAS

Do amigo Karl Leite, recebi o e-mail abaixo:

"Raridade encontrada no Museu Aquino, em Macau RN.
Grilhões que prendiam os escravos e testemunho.
Abs,"

Karl Leite
Karl Leite

Karl Leite
Karl Leite

Karl Leite
Karl Leite


Frase

"Incrível o poder da televisão. Transforma os adultos em crianças, as crianças em idiotas, e os idiotas em candidatos."
Extraída do Blog de Alex Nascimento. Linque na direita da tela.

quarta-feira, abril 19, 2006

ALÉM DO CIDADÃO KANE

Do Cineclube Natal, recebemos o release abaixo:

Cineclube Natal exibe documentário polêmico sobre a TV Globo

Para protestar contra a superficialidade televisiva dos domingos e curar a ressaca do feriado não existe nada melhor do que apostar numa programação diferenciada. Por isso o Cineclube Natal exibirá no próximo domingo, dia 23, o polêmico filme “Muito Além do Cidadão Kane”, do diretor Simon Hartog. O público também terá a oportunidade de assistir o curta-metragem “Morte”, de José Roberto Torero. A sessão começa às 19h, no Teatro de Cultura Popular (TCP), ao lado da Fundação José Augusto (rua Jundiaí, 641, Tirol). Logo após a exibição haverá debate com a platéia. O ingresso custa apenas R$1,00.

O documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, produzido pela emissora inglesa Channel Four, carrega nas costas mais de uma década de vida. Por ter sido proibido após seu lançamento, somente as cópias amadoras resistiram à dura censura. As cores desbotaram, mas não a importância de seu conteúdo. O filme, ainda desconhecido para o grande público, continua alimentando e provocando discussões. Mas o porquê de tanta polêmica? É simples. O filme de Simon Hartog tem como personagem principal a figura de Roberto Marinho e mostra os bastidores da criação das Organizações Globo e sua transformação em um poderoso império de mídia. Tudo isso é feito através de um paralelo com Charles Foster Kane, um magnata da comunicação que é o personagem principal do filme “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Mais do que falar da Globo o documentário também levanta questionamentos sobre os processos que determinaram a política de telecomunicações no Brasil.

“Muito Além do Cidadão Kane” foi lançado em 1993 e jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros. É bom lembrar que um ano depois a Globo conseguiu na justiça proibir a exibição pública do filme. Os advogados da emissora também usaram uma série de artifícios jurídicos para impedir a exibição do documentário fora do país. Mesmo com todas as manobras judiciais o diretor conseguiu apresentar o seu filme na TV britânica Channel Four. A fita traz depoimentos de políticos, artistas e jornalistas como Chico Buarque de Holanda, Leonel Brizola, Lula, Walter Clark, Armando Nogueira e Washington Olivetto. E agora chega às telas do Cineclube Natal a fim de provar que a mensagem a ser passada e a intenção por trás dela é muito mais importante do que os efeitos globais que agradam nossos olhos.

O curta-metragem “Morte” (como o próprio título já sugere) narra os preparativos de um casal para a “grande e derradeira viagem”. Um ritual organizado com todo capricho e detalhes que a ocasião exige. Além de participar de vários festivais o filme ganhou também o prêmio de melhor roteiro e melhor filme no 7º Festival de Filmes Brasileiros de Miami, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e melhor ator no Vitória Cine Vídeo, em 2002.
A sessão deste domingo conta mais uma vez com a parceria da Fundação Hélio Galvão, Fundação José Augusto, Teatro de Cultura Popular e ADURN.


CONTATOS:

E-mail: cineclubenatal@grupos.com.br
Blog: www.cineclubenatal.blogspot.com
Telefones: 8811 - 5700 / 9471 – 3008 / 8805 – 4666 / 9926 - 7980

FICHA TÉCNICA

“MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE”

Gênero: Documentário
Direção : Simon Hartog
Duração 90 min
Ano: 1993
Produção: Channel Four (BBC London)

“MORTE”

Gênero: Ficção
Direção e roteiro: José Roberto Torero
Elenco: Laura Cardoso, Paulo José
País: Brasil
Duração: 15 min
Ano: 2002

A TAÇA DO MUNDO É NOSSA

Hugo Macedo
CRIATIVIDADE INSUPERÁVEL

“Rouba-se em até 80% dos municípios brasileiros. A corrupção no Brasil é sistêmica. Posso afirmar que o percentual de casos em que encontramos corrupção está na faixa de 70% a 80%. Em alguns casos chega a 85%. Foram investigados de forma direta cerca de 6 bilhões de reais transferidos aos municípios. O modus operandi é extremamente diversificado. A criatividade nacional é insuperável.”
Jorge Hage Sobrinho, ministro interino da Controladoria Geral da União

ETNIAS

Hugo Macedo
Da Coluna Roda Viva, do jornalista Cassiano Arruda Câmara, no Diário de Natal de hoje:

No calendário promocional, hoje é o Dia do Índio. Aqui será comemorado por outras etnias.

O PÓ DO DINHEIRO

Hugo Macedo














Não sou dasgrifes
Não sou Lulu
Daspu eu sou
Produzo e visto
Sou paga pelo amor
Amor que nunca tiveram
Me fodem, querem-me a boca
E dizem: assim,
Assim
Me embebedam
com vinhos caros
aromas, charutos raros
De volutas enchem-me o quarto
onde o carinho é só dor
Trazem o pó do dinheiro
Incensam maus cheiros
São porcos
sedentos, sebosos
Nojeira, mentiras, palácios
Na cama
Contabilizam prazeres
Porcentagens disputam na sala
Diante de mim, fartas malas
Querem de mim o braseiro
Não são sequer brasileiros
São puros, irmãos anglicanos
São trocos republicanos
Mandam-me, no pátria-mãe mandam
São senhores de falsos bispados
São longos os seus pecados
Originais, capitais
São ricos
São podres de ricos
São todos podres demais

Deuza Grasswell

A NEGUINHA É DE LEI

“Melancólica a entrevista da deputada Fátima Bezerra, ontem no Bom Dia Rio Grande do Norte da TV Cabugi. O PT perdeu mesmo o sotaque.”
Woden Madruga

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É verdade que o PT não é o mesmo desde as denúncias de Roberto Jefferson. Também não era o mesmo meses depois da posse de Lula. Respingos do mensalão ou do caixa 2 não chegaram ao RN, mas o ânimo dos nossos petistas não é mais o mesmo. É como se a militância e os parlamentares, as lideranças do partido, aqui, tivessem mesmo perdido o sotaque. E perderam.

É explícita a angústia da deputada federal Fátima Bezerra. O seu abatimento está estampado na face contraída, carregada de muita preocupação.

Fátima, no entanto, não perdeu seu jeito de ser. Traz ainda o discurso que a fez crescer na política em meio às adversidades do que foi ser oposição num dos Estados em que menos o PT cresceu no decorrer de sua história.

Tenho uma admiração toda especial pela luta desta mulher. Pela sua coerência, pela disposição em defender a classe trabalhadora e os mais diversos ideais no seio social.

Sua luta é história na História Política deste Estado.

Fátima empunhou e desfraldou bandeiras de quase todas as categorias de trabalhadores do RN. Esteve sozinha, durante dois mandatos, na luta das minorias numa Assembléia Legislativa que lhe era hostil, e jamais se rendeu. Enfrentou com altivez todas as lutas, mesmo as mais adversas.

Hoje, tragada pela dor de uma triste realidade que se abateu sobre seu partido, ela sofre e não consegue esconder esse sofrimento.

Não é para menos.

Quem, como ela, acreditou nos ideais nobres que ruíram diante dos escândalos nacionais, sofre a perda de discursos, de bandeiras e identidades.

Uma coisa de antes, porém, ela ainda traz: a garra de fazer política com seriedade; de ainda enfrentar com altivez os desafios e as adversidades do dia-a-dia. E mantém viva uma característica que também sempre trouxe: a esperança, a certeza de que a busca por dias melhores para o coletivo é missão em sua pauta de toda hora.

Aprendi a admirar a luta desta mulher e sofro com ela a dor que ela hoje sofre.

Apesar de triste, angustiada, sim, ainda assim ela não baixou a cabeça, manteve e mantém sua luta porque é assim que age quem, como ela, sabe dos caminhos difíceis trilhados pelas histórias das construções plurais.

Com convicção, acredito: Fátima, paraibana de nascimento, é um dos nomes mais expressivos da história política do Rio Grande do Norte.

Se a angústia lhe chega e a faz sofrer, é porque é grande quem conhece a fundo a dor que a tormenta da alma provoca. É porque sente, não precisa nem sabe esconder.

Sua luta, sei, não será esquecida. A dor de hoje é a dor de muitos. E estes e outros saberão, um dia, retribuir todas as alegrias que sua luta, através de conquistas e também de frustrações, proporcionou.

Não somei o meu voto aos dela na última campanha para prefeito/a. Estava angustiado com os rumos que tomava o PT partido e governo e não votei, como não votarei em Lula para presidente em outubro próximo. Mas nela, na neguinha que aprendi a admirar, votarei onde ela estiver pleiteando.

Disse isso a ela em fevereiro passado, e digo agora, de público, para quem quiser escutar.

domingo, abril 16, 2006

ECLIPSE

Diário de Natal

O CLARÃO E A SOMBRA

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Zuza desasna beócios e os lorpas instigantes são castigados por um decurião de maus bofes, caso promovam azáfama e balbúrdia nas salas de aula.
Gothardo Neto, filho do professor, instrui-se no castiço vernáculo, onde a pureza e a forma lingüística são a busca maior da perfeição poética. O soneto em alexandrinos o atrai. As belas morenas o inspiram. Um amor proibido o consome.
Sorumbático, sai à noite, com seu sari indiano, entre as veredas dos aningais que ladeiam o Tissuru, e para além da Cruz da Bica descamba para a Salgadeira, lugar de tugúrios, mansarda, botecos pobres, onde, entre tragos, sacia sua desdita. É também Zé Fidélis, o poeta das sombras.
Viram-no para os lados da nossa última tatajubeira – divisa entre Ribeira e Rocas – de fraque azul desbotado, botas rotas, chapéu fora de moda, chapinhando em poças de lama, uma corda de caranguejos entre os dedos. É Ferreira Itajubá, Azinho.
Vem dos pastoris, das lapinhas, dos fandangos. E seu violão é coberto com folhas-de-fladres. Feito de luz, o poeta é a festa maior da cidade. São suas as alvadias dunas. São seus os cajueiros e javaris solitários.
Nessa noite, Azinho está insone e com sede. Quem sabe, nas barracas da Feira do Salgado – futura estação ferroviária – não haverá um caritó aceso e um bom copo de aguardente?
- Não tenho nenhuma bebida – disse o bodegueiro.
- Bote água na garrafa, fica o gosto – redargüiu Itajubá.
- Não dá mais, poeta: Gothardo Neto passou aqui e já bebeu a lavagem...
Aningal

Aroldo Martins

NÉCTAR



A verdade aproxima-se.
Olha-me com os olhos
abismados da beleza.

Não sou a mulher
que corta os pulsos e se joga da janela
nem aquela que abre o gás
nem mesmo a loba que entra no rio
com os bolsos cheios de pedra.

Sou todas elas.

Escrever me fez suportar todo incêndio
– toda quimera.

Marize Castro

A ORAÇÃO DO MEIO-DIA

Na mesquita, mistura de ódio e fé Oração de sexta-feira da Universidade de Teerã é utilizada pelo regime iraniano para divulgar mensagens políticas
Lourival Sant'Anna, ENVIADO ESPECIAL (O Estado de São Paulo)
TEERÃ

Nos países muçulmanos, a oração do meio-dia da sexta-feira na mesquita é o evento religioso mais importante da semana. Equivale à missa dominical. No regime teocrático iraniano, em que política e religião se confundem, os sermões do meio-dia de sexta-feira na Universidade de Teerã tornaram-se uma instituição nacional: transmitidos ao vivo pela rádio e pela TV estatais, eles instruem os iranianos sobre para onde o país se encaminha - e por quê.

Na sexta-feira, antevéspera do aniversário de Maomé, que coincide este ano com o domingo da Páscoa, cerca de 6 mil homens lotavam o imenso auditório coberto, com aspecto de ginásio de esportes, reservado para esse evento semanal. Sentados em grupos sobre fileiras de tapetes, os fiéis compõem uma espécie de mosaico: uns 300 basidjis, os jovens guardiães dos costumes islâmicos, com camisetas brancas, vermelhas e verdes, formam as cores da bandeira iraniana; os militares do Exército, com suas fardas verde-oliva; os da Marinha e da Força Aérea, com seus tons diferentes de azul; os homens comuns, atrás; as autoridades, à frente.

Algumas centenas de mulheres também se reúnem do lado de fora, num canto destinado a elas, debaixo do sol ardente da primavera de Teerã.

O testemunho e o sermão do dia vão direto ao cerne da grande questão vivida hoje pelos iranianos: por que o país enveredou pelo caminho sem volta do esforço nuclear, e o que fazer se a reação americana for a pior possível.

O testemunho do dia é do general Mohamad Dodraz, comandante do Exército. Ele conta que, durante a guerra Irã-Iraque (1980-88), tinha um colega piloto. Ao final de um dia de incursões bem-sucedidas contra o inimigo, quando começava a voltar à base, o amigo lhe passou um rádio, dizendo que o céu lhe parecia uma "visão do paraíso". Em seguida, o piloto foi abatido pelo inimigo.

O testemunho do general é saudado pelos fiéis, em uníssono, com os dizeres "marg bar Amrika, marg bar Inglis" (morte à América, morte à Inglaterra).

Em seguida, assume o púlpito o aiatolá Ahmed Djanati, presidente do Conselho de Guardiães, encarregado de aprovar as listas de candidatos em todas as eleições e de sancionar ou vetar as leis votadas no Parlamento, verificando se são condizentes com a Sharia, o código legal islâmico.

"Esperamos que este ano tenhamos mais êxitos, assim como tivemos nos últimos dias", diz ele, referindo-se ao anúncio de terça-feira do presidente Mahmoud Ahmadinejad, de que o Irã já é capaz de enriquecer urânio. "Estamos seguros de que isso é pelo Profeta Maomé."

Ao princípio de cada ano, o establishment religioso do Irã anuncia a quem ele será dedicado. Este ano, que segundo o calendário solar persa começou dia 21 de março, está dedicado a Maomé, numa espécie de desagravo pelas caricaturas dinamarquesas.

"Este ano, devemos imbuir-nos do gênio do Profeta", exorta Djanati.

"Todos temos de dar um passo adiante. É preciso sermos um pouco mais sérios. Como disseram nosso líder supremo (aiatolá Ali Khamenei) e nosso presidente, não é hora de seguir um caminho suave. Temos de ser fortes, aceitar o convite do Profeta", prossegue o mulá. "É uma glória para nosso povo que nossos filhos estejam enriquecendo urânio, ampliando a energia nuclear, no ano do Profeta. Felicito nossos queridos militares, nossos filhos de ouro que têm defendido a República Islâmica."

"Esses êxitos que acabamos de conseguir, essa alma forte, guarda uma mensagem para a América", diz o aiatolá. "Ouça-nos, América: você se embriagou pelo seu poder militar, mas que não lhe ocorra destruir a República Islâmica do Irã", adverte.

"O Irã é poderoso, não é débil. Aqui tem um imã (líder espiritual), tem o poder enorme do líder supremo", diz ele, referindo-se agora ao aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da república, morto em 1989. "O Irã não se compara com nenhum outro país do mundo: o povo iraniano conta com o apoio de Alá e também de sua força juvenil, esses mesmos jovens que durante os oito anos (da Guerra Irã-Iraque) estiveram na batalha."

O aiatolá prossegue, entre imprecações contra os EUA, paralelos históricos, citações do Alcorão, detalhes técnicos sobre o programa nuclear - "o que conseguimos é o princípio do caminho, porque, para atingir escala industrial, nos falta muito tempo" - e incursões na política externa: "Esperamos o dia do triunfo da resistência do Hamas, para reconquistar toda a terra perdida em Al-Qods ("a Sagrada", como os muçulmanos chamam Jerusalém)."

Djanati volta ao tema do enriquecimento de urânio: "O dia do anúncio de que adquirimos a tecnologia nuclear é mais importante que o da nacionalização do petróleo (20/3/1951)."

E encerra com uma recomendação: "No fim, todos morreremos. Deus queira que possamos ver, ao lado de nosso cadáver, o Profeta e nossos santos."

O aiatolá desce do púlpito para uma rampa abaixo do nível dos fiéis, em sinal de humildade, e recita versos do Alcorão. Todos se curvam até a cabeça encostar no chão. "Islã" quer dizer "submissão".

http://txt.estado.com.br/editorias/2006/04/16/int92768.xml

FLUXOS SOB ATAQUE

A globalização ameaçada de morte
Medidas contra a abertura comercial ganham força, o que pode levar o mundo a uma nova Grande Depressão
Niall Ferguson

Estaríamos testemunhando o começo do fim da globalização? E deveríamos comemorar ou lamentar essa perspectiva? Uma coisa é os franceses bloquearem aquisições internacionais e protestarem contra o aumento da flexibilidade do mercado de trabalho.

Do arquicharlatão presidente da França, Jacques Chirac, ao mais tolo estudante da Sorbonne que ressuscita as manifestações de 1968, a globalização sempre será, para os franceses, a "anglobalização".

No entanto, quando os americanos começam a questionar a sensatez da integração econômica internacional, algo grave está acontecendo.

Durante anos, Lou Dobbs, da CNN, usou seu programa no horário nobre para atacar o governo do presidente George W. Bush por não deter a entrada de imigrantes ilegais - na maioria mexicanos - nos Estados Unidos. Mas só nas últimas semanas o assunto motivou uma verdadeira agitação política.

Os senadores americanos brigam em torno de um projeto de lei para criar um novo sistema de trabalhadores convidados que também significaria uma anistia para os atuais imigrantes ilegais.

Enquanto isso, os legisladores na Câmara pedem a construção de uma cerca intransponível ao longo da fronteira entre os EUA e o México - uma espécie de cortina de ferro. Esta reação contra as fronteiras porosas, contudo, não se limita à questão da imigração.

Ao mesmo tempo, o Congresso tenta endurecer as regras do investimento estrangeiro nos EUA, desde quando surgiu a notícia de que uma companhia baseada nos Emirados Árabes Unidos poderia ganhar a propriedade de instalações em portos americanos. E então há os protecionistas, que em geral representam Estados com grandes centros de manufatura. Nada lhes agradaria mais que impor uma enorme tarifa às importações chinesas.

Assim, os fluxos globais do trabalho, capital e bens estão sob ataque - e isto num país que contou com um crescimento robusto na maior parte dos últimos cinco anos. Eu tremo só de pensar no que estaria partindo do Congresso se o país estivesse em recessão. Presumivelmente, uma lei de auto-suficiência total, impondo a construção de uma vasta e impermeável cúpula de costa a costa.

Na última vez em que a globalização morreu, dizem alguns historiadores, foi uma reação americana que a matou. Há um século, a economia mundial estava, em muitos aspectos, tão integrada quanto hoje.

Os índices de migração eram comparativamente altos, assim como o comércio em relação à produção. Os fluxos de capital de hoje são maiores em termos relativos, mas há um século eram distribuídos de modo mais equilibrado entre os países ricos e pobres.

Depois de 1914, no entanto, a globalização ruiu, e nos anos 30 a economia mundial já estava fragmentada - com conseqüências desastrosas para o crescimento e o emprego. A grande ruptura provocada pela 1.ª Guerra Mundial certamente foi responsável por grande parte do dano, afundando milhares de toneladas de cargas de navios mercantes e cortando cabos de telégrafo internacionais.

Mesmo antes da guerra, contudo, a globalização já morria aos poucos, graças a iniciativas legislativas. Já em 1882, os Estados Unidos haviam introduzido a Lei da Exclusão Chinesa, a primeira de uma série de medidas destinadas a restringir a imigração aos europeus brancos. Cotas para outros grupos étnicos foram introduzidas entre as guerras. Assim, em meados dos anos 30, o fluxo de novos imigrantes para os EUA já estava quase extinto.

O mesmo valeu para o comércio. Nunca totalmente comprometidos com o comércio livre no século 19, os EUA aumentaram as tarifas dramaticamente entre as guerras.

A lei comercial protecionista Smoot-Hawley, aprovada em junho de 1930, desferiu um golpe fatal contra a confiança empresarial, aumentando o dano já provocado pelo colapso de Wall Street.

IMIGRANTES

Os defensores de uma nova geração de medidas antiglobalizantes alegam a intenção de proteger grupos nativos vulneráveis da devastação por parte da concorrência. Eles apontam para estudos segundo os quais os maiores perdedores da imigração são os estudantes que abandonam o ensino médio.

Outras evidências mostram que são os trabalhadores manuais, sem instrução, os mais sujeitos a sair perdendo com o comércio livre com a China.

Mas seria um erro culpar a globalização pelas crescentes desigualdades da sociedade americana e tentar corrigir as coisas com as velhas e fracassadas políticas do nativismo e do protecionismo.

A desigualdade americana tem muito mais a ver com impostos não tão progressivos e provisões de bem-estar desiguais que com imigração e comércio livre, e muito menos com o livre movimento de capital (sem o qual, não nos esqueçamos, o consumo americano teria de ser drasticamente reduzido, dado o tamanho do déficit em conta corrente dos EUA).

Os benefícios econômicos agregados representados pela atração de pessoas economicamente ambiciosas ao redor do mundo são reais. Num mercado de trabalho flexível como o dos Estados Unidos, os imigrantes desempenham um papel fundamental. Em sociedades que envelhecem, como as da Europa Ocidental, os imigrantes são especialmente necessários. Não está claro, é verdade, se os mercados de trabalho super-regulados da Europa podem absorver e explorar com sucesso suas energias juvenis.

Mas isso não muda a lógica econômica básica. Um mercado de trabalho global ainda mais liberalizado impulsionaria o crescimento econômico em toda parte. Restrições à imigração o reduziriam.

Não faz sentido pôr em risco os benefícios da globalização para proteger as perspectivas de emprego dos que abandonam o ensino médio. Portanto, eis aqui uma modesta contraproposta para a Câmara.

Em vez de construir uma nova Cortina de Ferro cara, horrenda e provavelmente ineficaz, poderíamos usar o dinheiro para transmitir uma mensagem simples aos garotos das escolas americanas: se você for reprovado, afundará.

Sim, garotos e garotas, a realização acadêmica é o único caminho para o emprego decente numa economia no topo da cadeia alimentar tecnológica. Abandonem a educação sem qualificações e vocês terão sorte se conseguirem um trabalho ao lado dos mexicanos colhendo frutas ou arrumando prateleiras.

Soa um tanto rude, eu sei. Mas uma segunda Grande Depressão soa muito mais rude.

Matéria do:
http://txt.estado.com.br/editorias/2006/04/16/eco92660.xml

PREFEITURA INVADIDA

Homens armados invadem a Prefeitura do Rio
da Folha Online

Cerca de dez homens armados invadiram a sede da Prefeitura do Rio de Janeiro na manhã deste domingo. Eles renderam funcionários da prefeitura e 15 guardas municipais que faziam a segurança na área.

O objetivo dos bandidos era levar dinheiro dos caixas eletrônicos que ficam no anexo do prédio, mas eles conseguiram arrombar somente dois caixas do Banco do Brasil. Ainda não se sabe o valor roubado.

A assessoria da Guarda Municipal informou que os homens armados renderam o guarda que estava na guarita de segurança e o levaram para a sala de plantão. Lá, o obrigaram a chamar os demais guardas para a sala. Conforme eles iam chegando, eram rendidos e amarrados com lacres de plástico.

Os criminosos levaram também celulares, um spray de pimenta, uma rádio-transmissor, um farda da Guarda Municipal e uma motocicleta usada pelos guardas que não tinha a caracterização da corporação.

NÃO AJUDE A DIVULGAR

Está circulando no Orkut uma denúncia de pedofilia na página cujo assinante é Osora Yuma Yuma. As pessoas denunciam, forma-se a cadeia, e a página ganha o mundo, atingindo seus objetivos.

Combate-se esse tipo de crime com denúncia, é fato, mas não veiculando o endereço da página, difundindo-a. Hoje, já recebi 5 mensagens advertindo para o fato. Todas trouxeram o endereço do “tarado”, do “monstro”.

São fotos chocantes, de sexo explícito de homens com meninas.

Você que pertence à comunidade Orkut ou outra, quando descobrir um endereço que traga coisas como as que ali são mostradas, copie o endereço e mande para a polícia, não mande para seus amigos, pois estes não vão resolver o problema.

Não ajude a divulgar a exploração sexual de crianças nem de ninguém.

MORTO AMEAÇADO DE MORTE

Mar Morto pode desaparecer até 2050, advertem analistas
MARIUS SCHATTNER
da France Presse, em Israel

Local turístico apreciado por suas virtudes terapêuticas, o mar Morto está ameaçado de morte, numa situação ecológica "catastrófica" que pode levar a seu desaparecimento até 2050, advertiram os analistas.

Os "Amigos da Terra", uma organização não-governamental do Oriente Médio que reúne ecologistas israelenses, palestinos e jordanianos, advertiram nesta semana sobre o perigo de uma "catástrofe ecológica" no mar Morto, onde desemboca o rio Jordão em meio a uma paisagem austera, queimada pelo sol e carregada de história bíblica.

Mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14517.shtml

JULGAMENTO

Julgamento do conspirador do 11 de setembro chega à etapa final
da France Presse, em Alexandria (EUA)

O julgamento do francês Zacarias Moussaoui, 37, único acusado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, entra na sua última semana, com as considerações finais da acusação e da defesa antes das deliberações dos jurados, que decidirão se o condenam à morte ou à prisão perpétua.

O júri decidiu que o acusado pode ser condenado à pena de morte porque suas mentiras durante os interrogatórios a que foi submetido logo depois de sua prisão podem ter contribuído para as mortes.

Mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u94938.shtml

PROBLEMAS NO EGITO

Choques entre cristãos e muçulmanos continuam no Egito

Grupos de Muçulmanos e cristãos coptas se enfrentaram pelo terceiro dia na cidade de Alexandria, no Egito, neste domingo.
Os últimos choques teriam ocorrido perto de uma das três igrejas onde ocorreram os ataques com facas na sexta-feira, segundo informações. Pelo menos uma pessoa morreu nos choques desde os ataques.

Autoridades egípcias culparam extremistas pelos choques, mas cristãos coptas afirmam que o governo do país não está tomando as medidas necessárias para protegê-los.

A violência deste domingo começou logo depois de uma cerimônia religiosa, segundo informações da agência de notícias Associated Press

ARTISTAS FORA

O medo venceu a esperança de atores
Três anos e meio depois da histórica reunião de apoio a Lula, decepção deixa artistas longe da campanha
Paulo Celso Pereira

Rio - A constelação que apoiou a estrela maior do PT em 2002 está dividida em relação ao apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os 400 artistas e intelectuais que em 29 de agosto de 2002 se reuniram no Aterro do Flamengo para apoiar Lula, alguns evitam falar em política, outros, dizendo-se sem alternativa, devem votar nele. Segurar estrela e entrar na campanha, porém, está fora dos planos de parte do grupo.
Dos principais personagens da clássica foto que registrou o encontro, o ator Hugo Carvana é o mais áspero: “Não quero falar sobre política. Não é assunto que passe pela minha cabeça”.

Mais:
http://odia.terra.com.br/brasil/htm/geral_31652.asp

FOI SEMPRE ASSIM

“Todo mundo, todo partido, quando indica presidente de estatal, é para fazer caixa. Porque a partir do presidente, do diretor, você estabelece uma rede de relação das empresas que gravitam em torno dessa diretoria ou dessa presidência. E eles fazem caixa para o partido, é assim. Sempre funcionou assim. O PT que quis mudar a lógica, quis monopolizar isso.”
Roberto Jefferson, em O Dia

Mais:
http://odia.terra.com.br/brasil/htm/geral_31650

PERDÃO POR CARICATURA

Revista que publicou caricatura de Maomé pede desculpas
da France Presse, em Roma

Cesare Cavalleri, diretor da revista italiana "Studi Cattolici", pediu desculpas pela publicação de uma caricatura de Maomé no inferno.

Cavalleri, ligado à instituição conservadora católica Opus Dei, afirmou, porém, "ter ficado surpreso" pela repercussão do desenho. "Se, ao contrário de minhas intenções e as do autor, alguém se sentiu ofendido em suas crenças religiosas, peço perdão de coração", afirmou.

GENE REGULADOR DE CÂNCER

Espanhóis decobrem mutação de gene que regula câncer
da Efe, em Madri

Cientistas espanhóis descobriram a mutação de um gene epigenético, que regula a expressão de outros genes, presente no câncer de cólon, estômago e útero.

"Suspeitávamos que a mutação provocada pelo câncer tinha que afetar também algum gene epigenético, portanto analisamos muitos e finalmente descobrimos que afetava o gene histona deacetilase 2 (HDAC2)", afirmou o diretor da pesquisa, Manel Esteller.

A aplicação desta descoberta, resultado de dois anos de trabalho do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas espanhol (CNIO) e que será publicada nesta segunda-feira na revista "Nature Genetics", será no âmbito clínico, pois será possível usar remédios mais efetivos na quimioterapia, dependendo do tipo de tumor, acrescentou Esteller.

Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u14518.shtml

GUERRA SUICIDA

Irã tem 40 mil suicidas prontos para atacar EUA, diz jornal
da Folha Online

O Irã formou um batalhão com 40 mil suicidas preparado para atacar alvos americanos e britânicos no caso das instalações nucleares iranianas serem destruídas em ações militares, segundo autoridades iranianas citadas neste domingo pelo jornal "The Sunday Times".

Segundo o periódico semanal, a força principal dos batalhões suicidas, uma unidade especial dos Guardiães da Revolução, foi vista pela primeira vez no mês passado durante um desfile militar, vestindo uniformes militares da cor verde-oliva e levando explosivos em volta da cintura.

O diretor do Centro de Estudos Estratégicos Doutrinais dos Guardiães da Revolução, Hassan Abbasi, revelou em um discurso gravado --ao qual o periódico britânico teve acesso-- que já foram identificados 29 alvos ocidentais.

"Estamos preparados para atacar pontos sensíveis dos EUA e do Reino Unido se eles atacarem as instalações nucleares iranianas", afirmou Abbasi, numa gravação recebida pelo "Sunday Times". Alguns dos objetivos estariam "bem próximos" à fronteira com o Iraque, acrescentou.

Abbasi pediu aos candidatos a mártires que "prestem muita atenção na astuta Inglaterra" e ressaltou "o fim do Reino Unido está na nossa agenda".

Matéria completa, no:
http://www1.folha.uol.com. ult94u94911.shtml br/folha/mundo/

DEMOCRACIA X REPÚBLICA

"Penso que a trajetória da República não é necessariamente o mesmo percurso da democracia. A democracia, como construção do espaço político de igualdade, de aplicação das leis, e afirmação da cidadania, tem sofrido avanços e recuos desde 1930. Enquanto isso, a República moderna vem se consolidando de maneira mais positiva, porque os poderes, apesar de todos os intervalos, funcionam cada vez melhor e cada vez com mais autonomia."
Tarso Genro

Mais: http://www.radiobras.gov.br/



Comentário meu:

A afirmativa de Tarso Genro vai de encontro à realidade exposta pelas denúncias de Roberto Jefferson e que depois foram confirmadas através de depoimentos à CPIs e investigações diversas.

Uma República como a nossa, que sobrevive através da quebra do pacto de independência entre os poderes, não pode ir bem. Aliás, não pode sequer ser chamada de República.

Se há uma inter-relação fraudulenta entre Executivo e Legislativo, Executivo e Judiciário, o pacto republicano está quebrado.

Foi esse o grande medo que se abateu sobre a Nação brasileira pós Jefferson. Daí a tese do Caixa 2 defendida pelo PT de Tarso e pelo governo Lula.

A democracia, hoje, poderia até estar sendo exercida com certa qualidade no Brasil, mas também não está. A tese do Caixa 2 de campanhas de PT, PSDB, PP, PL, PTB e outros partidos ficou evidente como praxis coletiva, apesar de procurar encobrir pecado maior, mas deixa claro que o fator "capital" (no Nordeste chamado 'milho') é de fundamental importância para os eleitos, e, portanto, mascarador do verdadeiro desejo do povo - que é o fim a que se destina a democracia.

Hoje, no Brasil, a bem da verdade, a democracia é falsa e a República aviltada, espezinhada, jogada a um 'Deus acuda' em terra de Satanás. É tratada, enfim, se nenhum valor tivesse.

O maior pecado do governo Lula, do primeiro governo do Partido dos Trabalhadores no Brasil, foi exatamente o de não respeitar o bem maior que é a República, construída pelo nosso povo, no decorrer de nossa História de lutas, revoltas e sangue para a afirmação da cidadania nacional.

A fala de Tarso, portanto, cai no vazio como, de resto, todo o governo do presidente que poderia ter sido e não foi.

Faltou responsabilidade. Faltou compromisso.

Sobraram, sim, muitas mentiras.

E vergonha para quem a tinha e tem.

NOVELA ITALIANA

Aliado de Berlusconi vê novo problema na eleição da Itália
Por Giada Zampano

ROMA (Reuters) - A briga sobre quem ganhou as eleições gerais italianas teve um desdobramento novo, quando um aliado do premiê Silvio Berlusconi disse ter encontrado um erro no sistema de contagem, que reverteria a derrota dos governistas.

A aliança de centro-esquerda, que proclamou a sua vitória há quatro dias, rebateu a declaração de Roberto Calderoli, um ex-ministro.

O líder da oposição, Romano Prodi, afirmou que Berlusconi deveria se desculpar com a nação e admitir finalmente a sua derrota, nesta que foi a eleição mais disputada da Itália contemporânea. O resultado oficial do pleito depende de uma decisão judicial.

Na sexta-feira, a esperança de Berlusconi de tirar a vantagem de 25.224 votos da lista de Prodi no pleito para a câmara baixa pareceu haver desaparecido, quando o ministro do Interior declarou que não via votos suficientes em disputa para mudar o resultado eleitoral.

O premiê, que também é o homem mais rico da Itália, alegara várias irregularidades no pleito.

Neste sábado, Calderoli reacendeu o debate, ao afirmar ter descoberto uma leva de 45.580 votos, que, segundo ele, foram contados ilegalmente para um partido de centro-esquerda, a Lega Alleanza Lombarda.

"Se alguém está pensando em ir para a praça celebrar com essa contagem do jeito que está, isso seria como um golpe", afirmou ele. Calderoli acrescentou que fez uma reclamação formal às autoridades eleitorais.

Mais, no:
http://newsbox.msn.com.br/

SACO ROTO

Hamas exortado a aceitar proposta de paz

A Liga Árabe (LA) pediu ao Hamas para adoptar a proposta da iniciativa de paz. Consagrada na cimeira de Beirute, em 2002, prevê a normalização das relações com Israel em troca da retirada israelita dos territórios ocupados em 1967 e do estabelecimento de um Estado palestiniano.

A proposta foi confirmada, ontem, por Mahmud Zahar. "Vou transmitir esta mensagem ao meu governo para a examinar", disse. O chefe da diplomacia palestiniana está em digressão pelo Mundo Árabe em busca de apoio financeiro e apoio político para o governo do Hamas, boicotado pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.

Mas, a proposta da LA deve cair em saco roto. "O Hamas não cederá às pressões, não reconhecerá Israel e não renunciará aos direitos dos palestinianos", disse Khaled Mechaal. O responsável político do movimento palestiniano, vencedor das eleições de Janeiro, considerou "imoral punir uma nação por que fez uma escolha democrática."
Jornal de Notícias, Portugal
http://jn.sapo.pt/2006/04/16/mundo/hamas_exortado_a_aceitar_proposta_pa.html

LENHA

Revista mostra Maomé no Inferno

Um desenho representando o profeta Maomé no Inferno, publicado pela revista italiana "Studi Cattolici", ligada à instituição conservadora católica Opus Dei, suscitou ontem protestos de associações muçulmanas em Itália. Na sua edição de Maio, a "Studi Cattolici" inclui uma caricatura na qual aparecem os poetas italiano Dante Alighieri e latino Virgílio à beira de um círculo em chamas, em cujo centro está o profeta muçulmano cortado pela cintura. "Aquele ali não é o Maomé?", pergunta Virgílio. "Sim, e está dividido em dois porque causou a divisão da sociedade", responde Dante.

"De vez em quando é bom que haja um cartoon satírico politicamente incorrecto. Não é mais do que uma passagem extraída da Divina Comédia, de Dante", disse o director da revista, Cesare Cavalleri, membro do Opus Dei.

Mas o porta-voz da Opus Dei, face à onda d eprotestos que levantou no seio da comunidade muçulmana de Itália, demarcou-se da iniciativa editorial "A revista não faz parte das publicações oficiais ou oficiosas da prelatura, que publica apenas um boletim mensal chamado 'Romana'", afirmou Giuseppe Corigliano, declarando que "os membros da Opus são livres de ter as suas opiniões".

Jornal de Notícias, Portugal
http://jn.sapo.pt/2006/04/16/mundo/revista_mostra_maome_inferno.html

MAIS UM CONTRA RUMSFELD

Mais um militar pede a renúncia de Rumsfeld
da France Presse, em Washington

O general Wesley Clark, ex-comandante da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), pediu neste sábado a renúncia do secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld. O pedido se soma aos feitos por outros seis generais na reserva.

"Creio que o secretário de Defesa Rumsfeld não tem feito um trabalho adequado. Ele deveria sair", disse Clark em uma entrevista ao canal Fox News.

Clark disse que Rumsfeld e o vice-presidente Dick Cheney levaram os EUA ao Iraque. Disse ainda que a invasão, em março de 2003, não teve conexão com a guerra ao terrorismo.

MUNIÇÃO DE LULA

"A partir de maio, os mais pobres sentirão o efeito do aumento do mínimo de R$ 300 para R$ 350. Lula decidiu elevar o teto familiar e o valor dos benefícios do Bolsa-Família, seu principal programa social. Reajustou os benefícios dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Ou seja, vai alardear o seu pacote de bondades em ano eleitoral.

Com esse plano, Lula espera chegar ao horário eleitoral gratuito em posição de liderança. Na TV, travaria o jogo decisivo. Sabe que irá apanhar muito no horário eleitoral gratuito. Todas as acusações de corrupção sobre seu governo e o PT serão reprisadas. No entanto, acredita que terá munição para dar a sua resposta."
Kennedy Alencar

Mais, no:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/brasiliaonline/ult2307u88.shtml

NATUREZA



Enchente no Danúbio ameaça países dos Bálcãs
BBCBrasil

O nível das águas do rio Danúbio atingiu seu nível mais alto em mais de um século neste sábado, causando enchentes em diferentes países na região dos Bálcãs.
As enchente no Danúbio foram provocadas por fortes chuvas e por neve derretida, fazendo com que o rio atingisse seu nível mais alto desde 1895.
Na Romênia, o aumento no nível do rio causou a inundação de 5 mil hectares de áreas agrícolas no norte do país e também provocou enchente em uma cidade portuária.

Leia mais, no:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2006/04/060415_danubiobalcasbg.shtml

PRESERVAÇÃO AO DESCASO

Obra destrói sítio pré-colombiano em SP AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo

Restam apenas 4m de área para contar a história que havia no sítio arqueológico do Morumbi, o único pré-histórico na área urbana de São Paulo. Em seu lugar, deve ser concluído um condomínio de casas de alto padrão.

Apesar de ser o caso mais emblemático, a destruição ou o descaso com os sítios arqueológicos é recorrente na cidade de São Paulo. Levantamento do arqueólogo Paulo Zanettini para seu doutorado na USP aponta a existência de 37 sítios na capital e 27 na região metropolitana - além de nove achados fortuitos de urnas funerárias, fragmentos de cerâmica e machado polido. Muitos deles, porém, estão em mau estado.

"Não há sítios bem conservados. A Casa do Itaim Bibi, feita de taipa, está inacessível ao público, coberta por plástico, corre risco de cair. Se fosse escavado o estacionamento vizinho à casa, seria possível achar e resgatar muitos vestígios", diz Zanettini. "No subsolo do Itaim Bibi, em área nobre da cidade, há recursos arqueológicos a serem aproveitados."

Segundo ele, a casa é um exemplar do século 18 que posteriormente pertenceu a Leopoldo Couto Magalhães - que consolidou a ocupação do bairro.

Outro exemplo fica em Ermelino Matarazzo (zona leste). "O sítio Mirim, com uma casa bandeirista do século 17, é apenas uma ruína. Ela pode deixar de ser um bem arquitetônico, mas tem valor arqueológico que deveria ser explorado", afirma o pesquisador.

Para o professor da USP Paulo DeBlasis, "a cidade se autodestrói". "Casas de cem anos estão sumindo, no centro da Freguesia do Ó, na Liberdade, no Pari", afirmou o arqueólogo do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia). Ele participou, com Zanettini, da escavação do sítio do Morumbi.

Leia mais, no:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u120294.shtml

INDICATIVO

A contratação das maiores bancas de advogados, a preços que muitas vezes chegam aos milhões de reais, é um indicativo da gravidade dos crimes e do temor dos envolvidos de serem condenados.
Luciana Nunes Leal, n’O Estado de S. Paulo, de hoje

ARQUEOLOGIA



Arqueólogos buscam 'pirâmides ocultas' na Bósnia
BBC Brasil



Arqueólogos na Bósnia estão escavando o que acreditam ser uma pirâmide oculta dentro de um morro.
Semir Osmanagic, que comanda a equipe de arqueólogos, foi quem primeiro defendeu a tese de que o morro conhecido como Visocica, de 650 metros, situado próximo ao vale Visoko, poderia abrigar uma pirâmide.

As excavações iniciais revelaram que dentro do morro existe uma entrada estreita que conduziria a uma rede subterrânea de túneis.

Na última sexta-feira, uma equipe reunindo trabalhadores de uma mina de carvão local, arqueólogos e geólogos examinou o túnel, que teria 3,8 quilômetros de comprimento.

Feito pelo homem

A equipe descobriu que o túnel bifurca em outros dois, um voltado para a esquerda, o outro, para a direita. Eles concluíram que a rede de túneis teria sido uma criação humana, não um fenômeno da natureza.

"Isto definitivamente não é uma formação natural," afirmou a geóloga Nadja Nukic.

Imagens satelitais revelaram outros dois morros em formato piramidal, no vale Visoko. Arqueólogos acreditam que os túneis poderiam ligar as diferentes pirâmides.

A equipe que vem trabalhando na escavação descobriu também uma entrada que consiste em um platô pavimentado e grandes blocos de pedra que poderiam formar a superfície externa da pirâmide.

Caso seja confirmado que o sítio arqueológico de fato possui pirâmides, estas seriam as primeiras a ser descobertas na Europa.

Faturando

Os moradores locais já estão procurando capitalizar em cima da possível descoberta, vendendo souvenirs em formato de pirâmide.

Os trabalhos de escavação vão continuar por mais seis meses. Os primeiros resultados devem ser divulgados nas próximas três semanas.

Dois especialistas vindos do Egito devem se integrar à equipe de arqueólogos em meados de maio.

Segundo os pesquisadores, há indícios de que existiram povoados datados de 7 mil anos na região.

O arqueólogo Osmanagic diz que as construções no local são exemplos clássicos de culturas que procuraram sobrepujar suas antecessoras, ao erguer edificações sobre construções mais antigas.

A região do vale Visoko abrigou a capital da Bósnia durante a Idade Média e no alto do morro Visocica há uma fortaleza medieval.

A fortaleza foi construída sobre uma torre de observação romana, que por sua vez foi erguida sobre as ruínas de um antigo povoado.

sábado, abril 15, 2006

SIMULAÇÃO DE GUERRA

Rua Chile

Em meio a acirradas declarações entre governantes iranianos e israelitas, chega a notícia de que Estados Unidos e Reino Unido simularam, em 2004, uma invasão ao Irã.
A notícia foi publicada pelo jornal britânico "The Guardian" e, com certeza, vai gerar desconforto e protestos por parte do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que mantém em andamento projeto nuclear contestado pelos EUA.

A situação é a cada dia mais grave.


Reino Unido simulou ataque ao Irã em 2004, diz jornal

As manobras, batizadas de "Hotspur 2004", aconteceram na base americana de Fort Belvoir, na Virgínia
EFE

LONDRES - Militares britânicos participaram de um exercício de manobras organizado pelos Estados Unidos com vistas a uma possível invasão ao Irã, revelou hoje o jornal britânico "The Guardian".

As manobras, batizadas de "Hotspur 2004", aconteceram na base americana de Fort Belvoir, na Virgínia, em julho de 2004, pouco mais de um ano depois de o presidente americano, George Bush, dar por encerrada a guerra no Iraque.

Um porta-voz do Ministério da Defesa do Reino Unido citado pela publicação minimizou a importância dos exercícios ao destacar que os mesmos "são feitos para testar os agentes em situações-limite em cenários fictícios".

"Usamos países e situações inventados com o emprego de mapas reais", acrescentou.

A simulação, centrada no Mar Cáspio, previa uma invasão no ano de 2015.

Embora os organizadores tenham explicado que o exercício foi baseado em um país imaginário do Oriente Médio chamado Korona, as fronteiras correspondiam exatamente com as do Irã, segundo o "The Guardian".

A revelação da participação do Reino Unido nessas manobras vem à tona uma semana depois de a tensão internacional aumentar por conta do polêmico programa nuclear iraniano.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, assegurou na quarta-feira que as Nações Unidas deveriam considerar a adoção de "medidas fortes" contra o Irã dentro do Capítulo VII da Carta da ONU.

Por sua vez, o ministro britânico de Assuntos Exteriores, Jack Straw, reiterou várias vezes que uma invasão ao Irã é inconcebível e que seu país é a favor de uma solução diplomática para o conflito.

STRIKE

Guillermo Arriaga defende a tese de que a globalização também leva a um intercâmbio de indivíduos. Condena o muro da fronteira mexicana e adverte para um passo que pode levar a economia americana a um colapso. A matéria de Emília Pérez é reveladora desta personalidade que fará da luta dos imigrantes mexicanos o grande vetor para a grande mudança que o mundo está por experimentar: a derrubada de todas as fronteiras.

Escritor mexicano diz que imigrantes podem parar EUA
EMILIA PÉREZ
da Efe, em Londres

O escritor mexicano Guillermo Arriaga afirmou neste sábado que o dia em que os milhões de imigrantes que vivem nos Estados Unidos decidirem fazer uma greve em massa "vem abaixo a economia americana".

O escritor estava na capital britânica para lançar o filme "Os Três Enterros de Melquíades Estrada", que conta o drama dos imigrantes mexicanos na fronteira com os Estados Unidos.

Arriaga, roteirista de filmes como "Amores Brutos" e "21 Gramas", considerou que uma greve em massa "não demorará a acontecer" e causará "sérios problemas" aos EUA. Os imigrantes vindos da América Latina são a segunda minoria mais presente no país. "Não é mais a minoria negra", disse.

"Sempre quis fazer um filme sobre um momento em que toda a mão-de-obra mexicana parasse. Mais que um protesto, vai mostrar o que acontecerá quando estes milhões de imigrantes decidirem parar".

Leia mais, no:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u59642.shtml

SÓLIDOS ARGUMENTOS

Rua Chile

DE AMOR E DE TREVAS

De Deborah Milgram recebi entrevista do escritor judeu Amós Oz, “um escritor comprometido com o processo de paz árabe-israelense. Seu último livro narra o périplo do povo judeu, mas sua opinião moderada o coloca numa posição incômoda em seu país e fora dele. Nesta entrevista, ele ataca os intelectuais europeus.”

Aqui, reproduzo um trecho da entrevista, que pode ser lida na íntegra no:
http://revistaentrelivros.uol.com.br/Edicoes/0/artigo6987-1.asp

“Talvez não seja bom para ninguém não ter um lar, ser sempre convidado dos outros. Às vezes, convidados muito bem recebidos, mas, ainda assim, convidados. O que esse livro tem de novo é o terrível amor dos judeus pela Europa. Meus pais e meus avós esconderam isso de mim. Ninguém gosta de contar para seus filhos sobre a amante que os rejeitou. Tive de adivinhar até que ponto eles gostavam da Europa. Tiveram muita sorte, porque se a Europa não os tivesse expulsado nos anos 30, os teria matado nos anos 40. Mas a dor e o insulto estavam ali. Os judeus dos países árabes também foram expulsos. É preciso contar essa história não para demonstrar que os palestinos não têm razão, pois têm, eles têm sólidos argumentos a seu favor.”

VALÉRIA NO SEIS E MEIA

Hugo Macedo
Recebi da amiga Valéria Oliveira a mensagem abaixo. Socializo aqui com vocês:


Terça-feira, dia 18, estarei lançando o álbum "Imbalança", em show no Teatro Alberto Maranhão, dentro do Projeto Seis e Meia, às 18:30h.

Cantarei o repertório do disco que é composto por músicas de João Bosco, Caetano Veloso, Djavan, Chico Buarque, Joyce, etc., além de mostrar um pouco do que venho produzindo recentemente.

Os CDs estarão à disposição do público no hall do teatro.

Lá também comemorarei meu aniversário, no palco. Aguardo vocês!

Segunda temporada!
No Veleiros, Quinta-feira, 20/04, às 21:00hs.
"Retrovisor", com show de Simona Talma.
Uma noite de muito blues.

E tem mais: é véspera de feriadão.

Você pode adquirir o CD demo "Retrovisor" nos dias de show.
Veja também como foram os shows através do nosso blog e deixe sua mensagem.

Http://www.projetoretrovisor.weblogger.terra.com.br