quarta-feira, agosto 02, 2006

PORTÕES DO INFERNO

Hussein Malla/AP
Dividir o mundo entre bandidos e mocinhos, é fácil
Conviver com disfarçados, é difícil
Saber diferenciar entre um e outro, uma árdua tarefa
Identificar as vítimas, depende do ângulo que a câmera filma
Culpar sem tomar responsabilidades pelos próprios atos, é cômodo
Sonhar com um futuro melhor, imprescíndivel


Oriente Médio - onde o possível e o impossível se misturam

Deborah Milgram


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Não nos digam
que somos terríveis
Tentem ajudar
Dêem às duas partes
toda a empatia que puderem

Amós Oz
Escritor



Os foguetes
que estão chovendo em Israel
desde esta manhã
e um míssil lançado
a mais de 70 quilômetros
em território israelense
provam que a resistência libanesa
ainda tem poder de fogo

Ghalib Abu Zeinab
Porta-voz do Hezbollah



O Hezbollah ainda está ativo,
mas o objetivo da operação
não é destruir o Hezbollah completamente.

Estamos tentando diminuir
o número de foguetes lançados contra Israel
e sabemos que todas as outras metas
dessa operação especial
serão atingidas

Avi Dichter
Ministro do Interior de Israel




Aconselho a todos

demonstrar determinação e paciência,
e deixar o Exército
terminar o seu trabalho
Esta não é uma tarefa de um ou dois dias
Todos os que atacarem a soberania de Israel
sabem agora
que o preço a se pagar
é extremamente caro

Haim Ramon
Ministro da Justiça israelense



Eu disse
que estaria pronto para um cessar-fogo
não quando forças internacionais estiverem prontas,
mas quando elas forem deslocadas

Não vamos cessar os bombardeios
e esperar semanas por uma força internacional,
pois nessas semanas
a realidade voltará a ser o que era,
e não é o que queremos

Ehud Olmert
Primeiro-ministro israelense



Durante uma operação helitransportada
realizada por uma unidade israelense
na cidade de Baalbeck,
vários membros do Hezbollah foram abatidos,
enquanto outros foram capturados e levados para Israel

Porta-voz militar israelense



Não vai demorar

para o inimigo descobrir
que os mortos e capturados
são cidadãos comuns

Resposta do Hezbollah à porta-voz israelense



Desafiamos
o Exército israelense
a exibi-los para a mídia
imediatamente

Hussein Haj Hassan
Parlamentar do Hezbollah para a região de Baalbek



Achamos que limpamos
mais ou menos
o sul da fronteira libanesa
das bases do Hezbollah

De acordo com os últimos números
de que dispomos,
nosso Exército destruiu
entre 70% e 80% dos seus mísseis
e lançadores

A razão pela qual o Hezbollah parou de atirar
é porque eles estão com pouca munição

Achamos que as perdas do Hezbollah
são muito mais elevadas
do que nos informaram
Achamos que Nasrallah
está foragido

A mensagem
é que temos a impressão
de estarmos muito próximos
da decisão.
Não posso dizer que será antes das oito da manhã,
pode levar uma semana,
pode levar duas semanas
É uma questão de semanas,
talvez menos

Shimon Peres
Vice-primeiro-ministro israelense



HEZBOLLAH: o Partido de Deus
BBCBrasil

O Hezbollah – "Partido de Deus" – é uma força política e militar formada por muçulmanos xiitas, a comunidade mais numerosa no Líbano.

A organização nasceu em 1982, com apoio financeiro e logístico do Irã e com o objetivo de expulsar as tropas israelenses que haviam invadido o sul do Líbano.

Seu contingente chegava a quase 2 mil homens, a maioria da Guarda Revolucionária Iraniana, que haviam sido enviados ao Vale de Bekaa, no Líbano, para responder a Israel.

Esse objetivo inicial foi alcançado em 2000, graças, sobretudo, às ações do braço armado do grupo, a Resistência Islâmica.

Desde então, o Hezbollah sofre pressão para se integrar às Forças Armadas libanesas e se dedicar unicamente às suas ações políticas e sociais, menos conhecidas do mundo ocidental.

No Líbano, onde conta inclusive com importante presença parlamentar, o Hezbollah é muito respeitado. Sua reputação se deve aos serviços sociais e de saúde prestados à população. O grupo também tem um canal de televisão influente, o Al-Manar.

Apesar disso, o Hezbollah se recusa a abrir mão do seu braço armado, apesar da resolução 1559 da Organização das Nações Unidas, de 2004. Nela, a ONU pedia o desarmamento das milícias e a retirada de todas as forças estrangeiras (como cerca de 14 mil sírios) do Líbano.


Força regional

Capitalizando ganhos políticos e militares, o Hezbollah não se diz apenas uma força de resistência no Líbano, mas em toda a região.

Apesar de ter abandonado a concepção do Líbano como um Estado islâmico ao estilo iraniano, o partido continua professando a destruição de Israel.

A Resistência Islâmica continua ativa na tríplice fronteira com a Síria, especialmente perto da região de Sheeba, nas Colinas de Golã.

Desde 1967, Israel ocupa o lado sírio das colinas, o que na versão israelense e das Nações Unidas incluiria a área de Sheeba.

Contando com apoio político doméstico, o Hezbollah afirma que a região de Sheeba é uma área libanesa sob ocupação estrangeira.

A visão de Israel como um inimigo comum tradicionalmente levou o Hezbollah a defender interesses sírios contra o estado judeu. O governo de Damasco sempre foi um dos pilares de apoio do partido libanês.

Mas o balanço de forças foi alterado no ano passado, quando suspeitas de que a Síria estava por trás do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, em fevereiro de 2005, arranharam a imagem de Damasco e geraram protestos em massa no Líbano.

Desde então, o Hezbollah se tornou a principal força política libanesa a partir de uma perspectiva própria, recebendo inclusive uma cadeira no Executivo libanês.

Para alguns analistas, o Hezbollah adotou uma posição mais cautelosa em relação à Síria. Além disso, o movimento passou a sublinhar a unidade libanesa contra a “presença ocidental” no país.



Guerra teria sido provocada pelo Irã

Para o premiê israelense, Ehud Olmert, a captura dos dois soldados israelenses que deu origem ao atual conflito no Oriente Médio foi organizada para desviar a atenção do programa nuclear do Irã.

Para ele, a investida de militantes do Hezbollah que resultou na captura dos dois soldados e na morte de outros oito foi coordenada por Teerã.

George Bush acusa a Síria de estar tentando se aproveitar da crise para retornar ao Líbano.




POSTAGEM DE 01 DE AGOSTO DE 2006


Nikola Solic/Reuters












A casa de Jacó será fogo,
e a casa de José, chama,
e a casa de Esaú, restolho;
aqueles incendiarão a este
e o consumirão;
e ninguém mais restará
da casa de Esaú,
porque o SENHOR o falou


(Ob 1:18)














O estopim
da atual onda de violência
no Oriente Médio
foi o seqüestro
de dois soldados israelenses
levado a cabo no último dia 12
pelo Hezbollah

A ação deixou ainda
oitos soldados israelenses
e dois membros do Hezbollah
mortos

Desde então,
Israel ataca o Líbano
por ar, terra e mar.

O Hezbollah também lança
dezenas de foguetes Katyusha
contra o norte de Israel
diariamente



O Líbano
não vai remover Al-Sayyid Nasrallah*

Ele, a resistência e o exército libanês
conquistaram a libertação do Líbano.
Não vamos nos esquecer disso.

Isso está escrito nos livros da história,
não importa o que Israel faça

Emile Lahoud
Presidente libanês
* Líder do Hezbollah



Israel
abriu os portões
do inferno
e da loucura

Fouad Siniora
Primeiro-ministro libanês



Os extremistas
vão voltar a levantar a cabeça

Não há mudança no nosso objetivo
Um gesto humanitário não vai afetar
as metas da ofensiva.
O Exército vai expandir
e aprofundar suas ações contra o Hezbollah

Amir Peretz
Ministro da defesa israelense



Estamos determinados a vencer este conflito
Não desistiremos do nosso objetivo
de vivermos livres do terror

Cidadãos do Líbano,
lamentamos a dor que lhes causamos,
e o fato de que vocês tiveram
de deixar as suas casas
e também as mortes de inocentes
Mas não vamos nos desculpar
diante daqueles
que puseram um ponto de interrogação
no direito de existir de Israel

Ehud Olmert

Primeiro-ministro israelense














O país foi despedaçado
O valor da vida humana no Líbano
é menor do que o de cidadãos de outros países?

A comunidade internacional
pode ficar
apenas olhando
enquanto o Estado de Israel
nos inflige um castigo tão duro?

Peço a vocês todos
que reajam imediatamente...
e forneçam assistência humanitária internacional
urgente
ao nosso país

Fouad Siniora

Primeiro-ministro libanês


Paramos de atacar alvos

onde houvesse perigo para a infra-estrutura,
onde houvesse risco de civis
serem atingidos sem necessidade

Nunca dissemos
que interromperíamos
nossa operação
contra o Hezbollah.

Nós dissemos
que enquanto se investiga
o que aconteceu exatamente em Qana,
estaríamos limitando nossas operações

Mark Regev
Porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel




A batalha continua

Não há cessar-fogo,
nem haverá nos próximas dias

Ehud Olmert
Primeiro-ministro de Israel



Esperamos
que as nações muçulmanas
forneçam vários tipos de apoio,
incluindo armas,
remédios
e alimentos ao Hezbollah

Ahmad Jannati
Influente clérigo linha-dura do Irã




Queremos criar

uma nova situação
no sul do Líbano
antes que a força multinacional
se estabeleça e que,
segundo nosso desejo,
imponha os termos
do futuro cessar-fogo

Não admitiremos
que o Hezbollah volte
ao sul do Líbano
e opere livremente,
ou permita a entrada de instrutores
da Guarda Revolucionária do Irã

Amir Peretz
Ministro israelense da Defesa



A guerra barbárica
de aniquilação
que a agressão
israelense
está impingindo
sobre o nosso povo
no Líbano
e na Palestina
está aumentando
em ferocidade

Bashar Assad
Presidente da Síria



Ao término de 48 horas,
a aviação continuará operando
com toda sua potência
e todas suas forças

Israel não está obrigado
a cessar suas operações
se a ONU decide
um cessar-fogo

Seguiremos atuando
e só aceitaremos
um cessar-fogo
baixo nossas condições

Suponho que nossos amigos
norte-americanos
imponham seu veto
em um caso assim.
Não é a primeira guerra
que lutamos, por isso
continuaremos fazendo
todo o necessário
e não pararemos
até alcançar
nossos objetivos

Eli Yishai
Vice-primeiro ministro e membro do gabinete de segurança israelense



Serão necessários
entre dez dias
e duas semanas
para completar o trabalho

com isso
eu quero dizer
que a área
na qual
queremos tropas internacionais
deve estar limpa do Hezbollah

Binyamin Ben-Eliezer
Ministro da Infra-Estrutura israelense



band-aids

O Oriente Médio é uma caixa inflamável,
com alguns jogadores-chave de todos os lados
esperando por cada oportunidade
para destruir seus inimigos
com tiros, bombas e mísseis

É indiscutível
que Israel tem o direito de se defender
contra ataques aos seus cidadãos,
mas é desumano
e contraproducente
punir populações civis
na esperança ilógica
de que, de algum modo,
eles vão culpar
o Hamas e o Hezbollah
por ter provocado a resposta
devastadora

Tragicamente,
o atual conflito é parte
do inevitavelmente repetitivo
ciclo de violência
que é resultado da ausência
de um acordo amplo
no Oriente Médio,
exacerbado pela ausência
quase imprecendente
de seis anos de qualquer esforço real
para atingir este objetivo.

As pessoas do Oriente Médio
merecem paz e justiça,
e nós
na comunidade internacional
devemos a eles nossa forte liderança e apoio

Jimmy Carter
Ex-presidente americano



NOTÍCIAS DO DIA

01/08/2006 - 18h22
Israel intervém na TV do Hizbollah com mensagens para combatentes
da France Presse, em Beirute

Israel interveio nesta terça-feira durante alguns minutos no canal de televisão do grupo terrorista Hizbollah durante o noticiário, apresentando fotos de corpos e acusando o chefe do grupo radical xiita, Hassan Nasrallah, de mentir.

Uma das fotografias mostra um corpo com a barriga para cima, com uma cartucheira sobre o tronco, uma calça de camuflagem idêntica à usada pelo Exército dos Estados Unidos, um capacete e uma legenda em árabe: "Esta é a foto do corpo de um membro das forças especiais do Hizbollah". E embaixo a mensagem "Nasrallah mente: não somos nós que ocultamos nossas baixas".

Em seguida, a emissora Al Manar exibiu uma foto de Nasrallah com esta advertência: "Membros do Hizbollah, prestem atenção, ele mente".

Depois aparece outra foto de outro corpo e a legenda: "Existe um grande número de corpos neste terreno. Nasrallah esconde a verdade".

Israel também interceptou as rádios FM. Em vez dos programas habituais, escutava-se uma gravação de dois minutos que dizia repetidamente: "Hassan enviou homens sem preparação para combater contra o Exército israelense, um Exército blindado. Deixem de escutar os hinos patrióticos por um momento, reflitam e ponham os pés na terra", disse a mensagem em árabe.

Israel também enviou mensagens e gravações para telefones celulares libaneses para difundir os mesmos anúncios.



Cronologia do desastre:

12 de julho: Um ataque do grupo terrorista libanês Hezbollah contra Israel deixa oito soldados israelenses mortos e dois militares seqüestrados e se torna o estopim da atual escalada ocorrida no Oriente Médio. Israel responde com cerca de quarenta ataques aéreos.

13 de julho: O Exército israelense bombardeia o aeroporto de Beirute e outras 21 posições e bases do Hezbollah e do Exército libanês, deixando 46 civis mortos. O Hizbollah dispara dezenas de foguetes em direção ao norte de Israel, matando três pessoas. Começa o cerco aéreo e marítimo israelense contra o território do Líbano.

14 de julho: Novos ataques aéreos atingem o subúrbio sul de Beirute, bastião do Hezbollah. O premiê israelense, Ehud Olmert, impõe três condições para um cessar-fogo: libertação dos soldados, fim dos disparos de foguetes e a aplicação da resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o desarmamento do Hizbollah. Mais de cem foguetes são lançados em direção a Israel, matando dois civis. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declara 'guerra aberta' contra Israel. Uma fragata israelense é atingida na costa do Líbano, deixando um saldo de quatro marinheiros mortos.

15 de julho: Israel promove incursões na região da fronteira e nos portos de Beirute, Jounyeh e Trípoli. O quartel-general do Hezbollah em Beirute é destruído, em um total de 38 civis mortos. Tiberíades é atacada por foguetes.

16 de julho: Mais de 60 civis são mortos em ataques israelenses. Oito israelenses são mortos em um ataque com foguetes sem precedentes sobre Haifa. O Exército israelense pede à população que deixe o sul do Líbano. O G8 faz um apelo à interrupção dos combates e propõe o envio de uma força de estabilização.

17 de julho: Baalbeck, bastião do Hezbollah, é atingido pelos ataques. Foguetes atingem Haifa, São João de Acre e os arredores de Nazaré. O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, visita Israel e pede "uma trégua humanitária imediata". Um ferryboat fretado por Paris retira 900 pessoas, sendo 750 franceses, enquanto centenas de outros estrangeiros continuam a fugir. Cinqüenta e nove civis morrem nos arredores de Beirute, 12 em um ataque contra um microônibus. Olmert denuncia "o Eixo do Mal" Teerã-Damasco.

18 de julho: Incursões contra quartéis do Exército libanês terminam com 11 militares mortos. Operações de retirada de cidadãos estrangeiros são intensificadas. Os emissários da ONU chegam a Jerusalém. Olmert descarta um cessar-fogo.

19 de julho: Israel amplia seus bombardeios aéreos e navais, deixando ao menos 72 civis mortos. O Gabinete de Segurança israelense autoriza a manutenção das operações no Líbano "sem limite de tempo". O Hezbollah responde que pode continuar a bombardear Israel "durante meses". Mísseis são disparados contra o centro de Beirute. A cidade de Nazaré é alvo pela primeira vez de foguetes, deixando dois mortos. Na fronteira, confrontos entre combatentes do Hezbollah e soldados israelenses infiltrados no Líbano acabam com dois soldados israelenses mortos. Ocorre a primeira retirada em massa de americanos.

20 de julho: Novos confrontos entre o Hezbollah e soldados israelenses em território libanês deixam dois membros do grupo terrorista mortos. Se multiplicam os apelos internacionais por um cessar-fogo, principalmente do Vaticano, de Moscou e do secretário-geral das Nações Unidas. Intensificam-se as retiradas de estrangeiros do Líbano. Quatro soldados israelenses morrem em conflitos com o Hezbollah no sul do Líbano, segundo um balanço anunciado pelo canal Al Jazira.

21 de julho: Israel alerta civis libaneses a deixarem vilas na região da fronteira e convoca milhares de soldados da reserva, o que indica a intensificação da ofensiva terrestre. A Força Aérea israelense bombardeia edifícios utilizados pelo Hezbollah e locais usados para o lançamento de foguetes. A campanha de Israel no sul do Líbano força ao menos 500 mil pessoas a deixarem suas casas. Bombas atingem pontes e estradas, dificultando a situação dos civis.

22 de julho: Israel toma posições no sul do Líbano, após se envolver em um confronto terrestre com membros do Hezbollah, no primeiro grande combate terrestre desde o início da crise. Foguetes lançados contra o norte de Israel deixam ao menos dois feridos. Forças israelenses bombardeiam centrais de transmissão de emissoras de televisão e antenas retransmissoras de sinais de telefonia celular para atingir a infra-estrutura das comunicações libanesas.

23 de julho: Israel se manifesta favoravelmente ao envio de uma força militar "formada por países da União Européia" no Líbano. Hezbollah mata duas pessoas em ataque contra a cidade de Haifa. Estrangeiros continuam a serem retirados em operações promovidas por vários países, como Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, dá início a uma visita ao Oriente Médio para buscar uma saída para o conflito.

24 de julho: Condoleezza Rice apresenta propostas ao Líbano e a Israel com o objetivo de pôr fim ao conflito entre o Estado israelense e o Hezbollah, mas sustenta que um cessar-fogo somente poderá ser alcançado como parte de um plano mais amplo. Rice se reúne separadamente com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, e com a ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni. A Casa Branca ordena o envio urgente de ajuda humanitária às vítimas dos conflitos no Líbano. Dois pilotos da força aérea israelense morrem após a queda de um helicóptero no norte de Israel. O governo do Brasil já resgatou do Líbano 854 cidadãos brasileiros, dos quais 318 foram trazidos para o país em aviões da FAB. A Human Rights Watch revela que Israel utilizou bombas de fragmentação no Líbano.

25 de julho: Quatro membros das forças de observação das Nações Unidas no Líbano são mortos em um bombardeio israelense contra uma base da ONU no sul do Líbano. O Hezbollah anuncia que seus combatentes lançarão foguetes além da cidade de Haifa, no norte de Israel, e adotarão uma tática de guerrilha contra as tropas israelenses. Israel afirma ter matado um comandante do Hezbollah no sul do Líbano. O número de brasileiros que deixaram o Líbano, fugindo dos ataques, já chega a 1.095 pessoas. Condoleezza Rice conclui visita ao Oriente Médio e pede cessar-fogo duradouro. Exército de Israel cria zona de segurança no sul do Líbano e toma a cidade de Bint Jbeil, reduto do Hezbollah.

26 de julho: O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, defende a participação de especialistas das Nações Unidas na investigação que o governo israelense pretende realizar sobre o ataque que matou quatro observadores da ONU. Quinze países participantes da conferência internacional sobre o Líbano, em Roma, pedem a formação de uma força internacional sob o mandato da ONU para dar assistência à população libanesa, mas não chegam a nenhum acordo para exigir um cessar-fogo imediato. O governo libanês afirma que exigirá uma compensação de Israel pela "bárbara destruição" contra o povo do Líbano. O Hezbollah diz que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo. A violência já deixou cerca de 400 mortos no Líbano, a maioria civis, e cerca de 40 mortos em Israel.

27 de julho: Aviões e artilharia israelenses realizaram novos ataques contra o Hizbollah no sul do Líbano. Governo libanês anuncia que os mortos na ação militar podem passar de 600. Outras 50 pessoas morreram em Israel --18 delas civis. O Exército de Israel indica que o Hezbollah está se espalhando por todo o Líbano. Mais dois vôos trazendo 375 brasileiros que estavam no Líbano chegam ao Brasil. Um total de 1.379 brasileiros já deixaram o Líbano. A rede terrorista Al Qaeda defende em um vídeo que o grupo "não irá se calar" diante dos ataques de Israel em Gaza e no Líbano. Os Estados Unidos impediram que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra um posto das Nações Unidas no Líbano, que deixou quatro mortos.

28 de julho: A Força Aérea israelense atacou cerca de 130 alvos em território libanês durante a madrugada. O principal objetivo da ação foi a cidade de Tiro, base regional do grupo terrorista Hezbollah e de onde parte a maioria dos foguetes Katyusha em direção a Haifa, no norte de Israel. O Hezbollah lançou uma descarga de foguetes Katyusha [de 20 km de alcance] contra a Galiléia e diferentes pontos do norte de Israel, sem deixar vítimas. Uma pesquisa divulgada pelo jornal "Yediot Aharonot" mostra que a maioria dos israelenses apóia um endurecimento da ofensiva no Líbano e a mobilização de novas unidades de reservistas --ontem Israel anunciou a convocação de 30 mil. Dos entrevistados, 71% disseram que o Exército deve atacar com mais força, contra 26% de opiniões contrárias.

29 de julho: Israel rejeitou a proposta da ONU (Organização das Nações Unidas) de uma trégua de três dias entre o seu Exército e o grupo terrorista libanês Hezbollah para permitir o atendimento às vítimas do conflito e o envio de comida e medicamentos ao sul do Líbano. O governo israelense acusou o Hezbollah de impedir a entrada de ajuda humanitária. O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu atacar mais cidades do centro de Israel. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, após reunir-se com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou esperar que um projeto de acordo com as principais condições para um cessar fogo entre Israel e Líbano comece a ser negociado, com as duas partes, na quarta-feira (2).

30 de julho: O Exército de Israel bombardeou o vilarejo libanês de Qana. Ao menos 56 pessoas morreram, entre elas 37 crianças. Líderes da França, Espanha, Alemanha, Egito, Brasil, Jordânia e outros países condenaram os ataques, pedindo cessar-fogo imediato. O governo de Israel concordou em suspender os ataques aéreos no sul do Líbano por 48 horas. O grupo terrorista libanês Hezbollah respondeu ao bombardeio com o lançamento de pelo menos 140 mísseis e foguetes sobre o norte de Israel, o maior ataque desde o início do conflito. Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) negociaram uma resposta ao ataque a Qana, tendo praticamente descartado a opção de "condená-lo", como havia pedido o secretário-geral Kofi Annan, por causa da oposição de Washington.

31 de julho: A aviação israelense lançou ataques aéreos contra alvos do Hezbollah, quebrando a promessa de manter um cessar-fogo aéreo por um período de 48 horas. O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse em uma sessão do Parlamento que Israel não aceitará um cessar-fogo "imediato sem determinadas condições". O Gabinete de Segurança de Israel aprovou uma ampliação da ofensiva terrestre no Líbano e rejeitou um cessar-fogo até que uma força internacional seja deslocada para a região. O presidente da Síria, Bashar al Assad, determinou que o Exército sírio reforce o estado de preparação em razão da situação internacional e de "desafios regionais". A Síria também concordou em fornecer gasolina de sua reserva estratégica ao Líbano para compensar a falta do combustível provocada pelo bloqueio naval israelense. A violência entre Israel e Hezbollah já deixou cerca de 500 mortos no Líbano [a maioria civis, além de sete brasileiros] e 50 mortos em Israel [19 civis].

Kevin Frayer/AP

terça-feira, agosto 01, 2006

PORTÕES DO INFERNO













A casa de Jacó será fogo,
e a casa de José, chama,
e a casa de Esaú, restolho;
aqueles incendiarão a este
e o consumirão;
e ninguém mais restará
da casa de Esaú,
porque o SENHOR o falou


(Ob 1:18)














O estopim
da atual onda de violência
no Oriente Médio
foi o seqüestro
de dois soldados israelenses
levado a cabo no último dia 12
pelo Hezbollah

A ação deixou ainda
oitos soldados israelenses
e dois membros do Hezbollah
mortos

Desde então,
Israel ataca o Líbano
por ar, terra e mar.

O Hezbollah também lança
dezenas de foguetes Katyusha
contra o norte de Israel
diariamente



O Líbano
não vai remover Al-Sayyid Nasrallah*

Ele, a resistência e o exército libanês
conquistaram a libertação do Líbano.
Não vamos nos esquecer disso.

Isso está escrito nos livros da história,
não importa o que Israel faça

Emile Lahoud
Presidente libanês
* Líder do Hezbollah



Israel
abriu os portões
do inferno
e da loucura

Fouad Siniora
Primeiro-ministro libanês



Os extremistas
vão voltar a levantar a cabeça

Não há mudança no nosso objetivo
Um gesto humanitário não vai afetar
as metas da ofensiva.
O Exército vai expandir
e aprofundar suas ações contra o Hezbollah

Amir Peretz
Ministro da defesa israelense



Estamos determinados a vencer este conflito
Não desistiremos do nosso objetivo
de vivermos livres do terror

Cidadãos do Líbano,
lamentamos a dor que lhes causamos,
e o fato de que vocês tiveram
de deixar as suas casas
e também as mortes de inocentes
Mas não vamos nos desculpar
diante daqueles
que puseram um ponto de interrogação
no direito de existir de Israel

Ehud Olmert

Primeiro-ministro israelense














O país foi despedaçado
O valor da vida humana no Líbano
é menor do que o de cidadãos de outros países?

A comunidade internacional
pode ficar
apenas olhando
enquanto o Estado de Israel
nos inflige um castigo tão duro?

Peço a vocês todos
que reajam imediatamente...
e forneçam assistência humanitária internacional
urgente
ao nosso país

Fouad Siniora

Primeiro-ministro libanês


Paramos de atacar alvos

onde houvesse perigo para a infra-estrutura,
onde houvesse risco de civis
serem atingidos sem necessidade

Nunca dissemos
que interromperíamos
nossa operação
contra o Hezbollah.

Nós dissemos
que enquanto se investiga
o que aconteceu exatamente em Qana,
estaríamos limitando nossas operações

Mark Regev
Porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel




A batalha continua

Não há cessar-fogo,
nem haverá nos próximas dias

Ehud Olmert
Primeiro-ministro de Israel



Esperamos
que as nações muçulmanas
forneçam vários tipos de apoio,
incluindo armas,
remédios
e alimentos ao Hezbollah

Ahmad Jannati
Influente clérigo linha-dura do Irã




Queremos criar

uma nova situação
no sul do Líbano
antes que a força multinacional
se estabeleça e que,
segundo nosso desejo,
imponha os termos
do futuro cessar-fogo

Não admitiremos
que o Hezbollah volte
ao sul do Líbano
e opere livremente,
ou permita a entrada de instrutores
da Guarda Revolucionária do Irã

Amir Peretz
Ministro israelense da Defesa



A guerra barbárica
de aniquilação
que a agressão
israelense
está impingindo
sobre o nosso povo
no Líbano
e na Palestina
está aumentando
em ferocidade

Bashar Assad
Presidente da Síria



Ao término de 48 horas,
a aviação continuará operando
com toda sua potência
e todas suas forças

Israel não está obrigado
a cessar suas operações
se a ONU decide
um cessar-fogo

Seguiremos atuando
e só aceitaremos
um cessar-fogo
baixo nossas condições

Suponho que nossos amigos
norte-americanos
imponham seu veto
em um caso assim.
Não é a primeira guerra
que lutamos, por isso
continuaremos fazendo
todo o necessário
e não pararemos
até alcançar
nossos objetivos

Eli Yishai
Vice-primeiro ministro e membro do gabinete de segurança israelense



Serão necessários
entre dez dias
e duas semanas
para completar o trabalho

com isso
eu quero dizer
que a área
na qual
queremos tropas internacionais
deve estar limpa do Hezbollah

Binyamin Ben-Eliezer
Ministro da Infra-Estrutura israelense



band-aids

O Oriente Médio é uma caixa inflamável,
com alguns jogadores-chave de todos os lados
esperando por cada oportunidade
para destruir seus inimigos
com tiros, bombas e mísseis

É indiscutível
que Israel tem o direito de se defender
contra ataques aos seus cidadãos,
mas é desumano
e contraproducente
punir populações civis
na esperança ilógica
de que, de algum modo,
eles vão culpar
o Hamas e o Hezbollah
por ter provocado a resposta
devastadora

Tragicamente,
o atual conflito é parte
do inevitavelmente repetitivo
ciclo de violência
que é resultado da ausência
de um acordo amplo
no Oriente Médio,
exacerbado pela ausência
quase imprecendente
de seis anos de qualquer esforço real
para atingir este objetivo.

As pessoas do Oriente Médio
merecem paz e justiça,
e nós
na comunidade internacional
devemos a eles nossa forte liderança e apoio

Jimmy Carter
Ex-presidente americano



NOTÍCIAS DO DIA

01/08/2006 - 18h22
Israel intervém na TV do Hizbollah com mensagens para combatentes
da France Presse, em Beirute

Israel interveio nesta terça-feira durante alguns minutos no canal de televisão do grupo terrorista Hizbollah durante o noticiário, apresentando fotos de corpos e acusando o chefe do grupo radical xiita, Hassan Nasrallah, de mentir.

Uma das fotografias mostra um corpo com a barriga para cima, com uma cartucheira sobre o tronco, uma calça de camuflagem idêntica à usada pelo Exército dos Estados Unidos, um capacete e uma legenda em árabe: "Esta é a foto do corpo de um membro das forças especiais do Hizbollah". E embaixo a mensagem "Nasrallah mente: não somos nós que ocultamos nossas baixas".

Em seguida, a emissora Al Manar exibiu uma foto de Nasrallah com esta advertência: "Membros do Hizbollah, prestem atenção, ele mente".

Depois aparece outra foto de outro corpo e a legenda: "Existe um grande número de corpos neste terreno. Nasrallah esconde a verdade".

Israel também interceptou as rádios FM. Em vez dos programas habituais, escutava-se uma gravação de dois minutos que dizia repetidamente: "Hassan enviou homens sem preparação para combater contra o Exército israelense, um Exército blindado. Deixem de escutar os hinos patrióticos por um momento, reflitam e ponham os pés na terra", disse a mensagem em árabe.

Israel também enviou mensagens e gravações para telefones celulares libaneses para difundir os mesmos anúncios.



Cronologia do desastre:

12 de julho: Um ataque do grupo terrorista libanês Hezbollah contra Israel deixa oito soldados israelenses mortos e dois militares seqüestrados e se torna o estopim da atual escalada ocorrida no Oriente Médio. Israel responde com cerca de quarenta ataques aéreos.

13 de julho: O Exército israelense bombardeia o aeroporto de Beirute e outras 21 posições e bases do Hezbollah e do Exército libanês, deixando 46 civis mortos. O Hizbollah dispara dezenas de foguetes em direção ao norte de Israel, matando três pessoas. Começa o cerco aéreo e marítimo israelense contra o território do Líbano.

14 de julho: Novos ataques aéreos atingem o subúrbio sul de Beirute, bastião do Hezbollah. O premiê israelense, Ehud Olmert, impõe três condições para um cessar-fogo: libertação dos soldados, fim dos disparos de foguetes e a aplicação da resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o desarmamento do Hizbollah. Mais de cem foguetes são lançados em direção a Israel, matando dois civis. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declara 'guerra aberta' contra Israel. Uma fragata israelense é atingida na costa do Líbano, deixando um saldo de quatro marinheiros mortos.

15 de julho: Israel promove incursões na região da fronteira e nos portos de Beirute, Jounyeh e Trípoli. O quartel-general do Hezbollah em Beirute é destruído, em um total de 38 civis mortos. Tiberíades é atacada por foguetes.

16 de julho: Mais de 60 civis são mortos em ataques israelenses. Oito israelenses são mortos em um ataque com foguetes sem precedentes sobre Haifa. O Exército israelense pede à população que deixe o sul do Líbano. O G8 faz um apelo à interrupção dos combates e propõe o envio de uma força de estabilização.

17 de julho: Baalbeck, bastião do Hezbollah, é atingido pelos ataques. Foguetes atingem Haifa, São João de Acre e os arredores de Nazaré. O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, visita Israel e pede "uma trégua humanitária imediata". Um ferryboat fretado por Paris retira 900 pessoas, sendo 750 franceses, enquanto centenas de outros estrangeiros continuam a fugir. Cinqüenta e nove civis morrem nos arredores de Beirute, 12 em um ataque contra um microônibus. Olmert denuncia "o Eixo do Mal" Teerã-Damasco.

18 de julho: Incursões contra quartéis do Exército libanês terminam com 11 militares mortos. Operações de retirada de cidadãos estrangeiros são intensificadas. Os emissários da ONU chegam a Jerusalém. Olmert descarta um cessar-fogo.

19 de julho: Israel amplia seus bombardeios aéreos e navais, deixando ao menos 72 civis mortos. O Gabinete de Segurança israelense autoriza a manutenção das operações no Líbano "sem limite de tempo". O Hezbollah responde que pode continuar a bombardear Israel "durante meses". Mísseis são disparados contra o centro de Beirute. A cidade de Nazaré é alvo pela primeira vez de foguetes, deixando dois mortos. Na fronteira, confrontos entre combatentes do Hezbollah e soldados israelenses infiltrados no Líbano acabam com dois soldados israelenses mortos. Ocorre a primeira retirada em massa de americanos.

20 de julho: Novos confrontos entre o Hezbollah e soldados israelenses em território libanês deixam dois membros do grupo terrorista mortos. Se multiplicam os apelos internacionais por um cessar-fogo, principalmente do Vaticano, de Moscou e do secretário-geral das Nações Unidas. Intensificam-se as retiradas de estrangeiros do Líbano. Quatro soldados israelenses morrem em conflitos com o Hezbollah no sul do Líbano, segundo um balanço anunciado pelo canal Al Jazira.

21 de julho: Israel alerta civis libaneses a deixarem vilas na região da fronteira e convoca milhares de soldados da reserva, o que indica a intensificação da ofensiva terrestre. A Força Aérea israelense bombardeia edifícios utilizados pelo Hezbollah e locais usados para o lançamento de foguetes. A campanha de Israel no sul do Líbano força ao menos 500 mil pessoas a deixarem suas casas. Bombas atingem pontes e estradas, dificultando a situação dos civis.

22 de julho: Israel toma posições no sul do Líbano, após se envolver em um confronto terrestre com membros do Hezbollah, no primeiro grande combate terrestre desde o início da crise. Foguetes lançados contra o norte de Israel deixam ao menos dois feridos. Forças israelenses bombardeiam centrais de transmissão de emissoras de televisão e antenas retransmissoras de sinais de telefonia celular para atingir a infra-estrutura das comunicações libanesas.

23 de julho: Israel se manifesta favoravelmente ao envio de uma força militar "formada por países da União Européia" no Líbano. Hezbollah mata duas pessoas em ataque contra a cidade de Haifa. Estrangeiros continuam a serem retirados em operações promovidas por vários países, como Reino Unido, Estados Unidos e Brasil. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, dá início a uma visita ao Oriente Médio para buscar uma saída para o conflito.

24 de julho: Condoleezza Rice apresenta propostas ao Líbano e a Israel com o objetivo de pôr fim ao conflito entre o Estado israelense e o Hezbollah, mas sustenta que um cessar-fogo somente poderá ser alcançado como parte de um plano mais amplo. Rice se reúne separadamente com o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, e com a ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni. A Casa Branca ordena o envio urgente de ajuda humanitária às vítimas dos conflitos no Líbano. Dois pilotos da força aérea israelense morrem após a queda de um helicóptero no norte de Israel. O governo do Brasil já resgatou do Líbano 854 cidadãos brasileiros, dos quais 318 foram trazidos para o país em aviões da FAB. A Human Rights Watch revela que Israel utilizou bombas de fragmentação no Líbano.

25 de julho: Quatro membros das forças de observação das Nações Unidas no Líbano são mortos em um bombardeio israelense contra uma base da ONU no sul do Líbano. O Hezbollah anuncia que seus combatentes lançarão foguetes além da cidade de Haifa, no norte de Israel, e adotarão uma tática de guerrilha contra as tropas israelenses. Israel afirma ter matado um comandante do Hezbollah no sul do Líbano. O número de brasileiros que deixaram o Líbano, fugindo dos ataques, já chega a 1.095 pessoas. Condoleezza Rice conclui visita ao Oriente Médio e pede cessar-fogo duradouro. Exército de Israel cria zona de segurança no sul do Líbano e toma a cidade de Bint Jbeil, reduto do Hezbollah.

26 de julho: O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, defende a participação de especialistas das Nações Unidas na investigação que o governo israelense pretende realizar sobre o ataque que matou quatro observadores da ONU. Quinze países participantes da conferência internacional sobre o Líbano, em Roma, pedem a formação de uma força internacional sob o mandato da ONU para dar assistência à população libanesa, mas não chegam a nenhum acordo para exigir um cessar-fogo imediato. O governo libanês afirma que exigirá uma compensação de Israel pela "bárbara destruição" contra o povo do Líbano. O Hezbollah diz que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo. A violência já deixou cerca de 400 mortos no Líbano, a maioria civis, e cerca de 40 mortos em Israel.

27 de julho: Aviões e artilharia israelenses realizaram novos ataques contra o Hizbollah no sul do Líbano. Governo libanês anuncia que os mortos na ação militar podem passar de 600. Outras 50 pessoas morreram em Israel --18 delas civis. O Exército de Israel indica que o Hezbollah está se espalhando por todo o Líbano. Mais dois vôos trazendo 375 brasileiros que estavam no Líbano chegam ao Brasil. Um total de 1.379 brasileiros já deixaram o Líbano. A rede terrorista Al Qaeda defende em um vídeo que o grupo "não irá se calar" diante dos ataques de Israel em Gaza e no Líbano. Os Estados Unidos impediram que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra um posto das Nações Unidas no Líbano, que deixou quatro mortos.

28 de julho: A Força Aérea israelense atacou cerca de 130 alvos em território libanês durante a madrugada. O principal objetivo da ação foi a cidade de Tiro, base regional do grupo terrorista Hezbollah e de onde parte a maioria dos foguetes Katyusha em direção a Haifa, no norte de Israel. O Hezbollah lançou uma descarga de foguetes Katyusha [de 20 km de alcance] contra a Galiléia e diferentes pontos do norte de Israel, sem deixar vítimas. Uma pesquisa divulgada pelo jornal "Yediot Aharonot" mostra que a maioria dos israelenses apóia um endurecimento da ofensiva no Líbano e a mobilização de novas unidades de reservistas --ontem Israel anunciou a convocação de 30 mil. Dos entrevistados, 71% disseram que o Exército deve atacar com mais força, contra 26% de opiniões contrárias.

29 de julho: Israel rejeitou a proposta da ONU (Organização das Nações Unidas) de uma trégua de três dias entre o seu Exército e o grupo terrorista libanês Hezbollah para permitir o atendimento às vítimas do conflito e o envio de comida e medicamentos ao sul do Líbano. O governo israelense acusou o Hezbollah de impedir a entrada de ajuda humanitária. O secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, prometeu atacar mais cidades do centro de Israel. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, após reunir-se com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou esperar que um projeto de acordo com as principais condições para um cessar fogo entre Israel e Líbano comece a ser negociado, com as duas partes, na quarta-feira (2).

30 de julho: O Exército de Israel bombardeou o vilarejo libanês de Qana. Ao menos 56 pessoas morreram, entre elas 37 crianças. Líderes da França, Espanha, Alemanha, Egito, Brasil, Jordânia e outros países condenaram os ataques, pedindo cessar-fogo imediato. O governo de Israel concordou em suspender os ataques aéreos no sul do Líbano por 48 horas. O grupo terrorista libanês Hezbollah respondeu ao bombardeio com o lançamento de pelo menos 140 mísseis e foguetes sobre o norte de Israel, o maior ataque desde o início do conflito. Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) negociaram uma resposta ao ataque a Qana, tendo praticamente descartado a opção de "condená-lo", como havia pedido o secretário-geral Kofi Annan, por causa da oposição de Washington.

31 de julho: A aviação israelense lançou ataques aéreos contra alvos do Hezbollah, quebrando a promessa de manter um cessar-fogo aéreo por um período de 48 horas. O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse em uma sessão do Parlamento que Israel não aceitará um cessar-fogo "imediato sem determinadas condições". O Gabinete de Segurança de Israel aprovou uma ampliação da ofensiva terrestre no Líbano e rejeitou um cessar-fogo até que uma força internacional seja deslocada para a região. O presidente da Síria, Bashar al Assad, determinou que o Exército sírio reforce o estado de preparação em razão da situação internacional e de "desafios regionais". A Síria também concordou em fornecer gasolina de sua reserva estratégica ao Líbano para compensar a falta do combustível provocada pelo bloqueio naval israelense. A violência entre Israel e Hezbollah já deixou cerca de 500 mortos no Líbano [a maioria civis, além de sete brasileiros] e 50 mortos em Israel [19 civis].

Kevin Frayer/AP