quarta-feira, dezembro 19, 2007

ALDEIA POTI


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DEUS.DOC

Eduardo Alexandre

deus.doc

the computer

in winword

seis ponto zero

deus.doc

WINDOWS

MEU DEUS, DIANTE DE TI

ESTOU PERDIDO

SEM CONHECER OS TEUS SEGREDOS

AS TUAS MANHAS

TEUS CÓDIGOS

OU ÍCONES

MEU DEUS DIANTE DE TI

ESTOU PERDIDO

DIANTE DE TANTAS POSSIBILIDADES

E NÃO SEI USÁ-LAS

DEUS LEVE-ME AO

TUTORIAL

OU AO HELP

HELP GOD COMPUTER MMMMMM




MMMMMMM MMMMMMM MMMMMM MMMMMM

MMMMMM O QUE É ISSO CHEIO DE VERDES E AZUIS ?

MARGENS

IMAGENS

QUE NÃO SEI DE ONDE VÊM...

GOD COMPUTER, AJUDA ESTOU PRECISANDO

UNLOCK. RESET. F1. CAPSLOCK

A\: QUE DIABO EU TECLO?

TIMES NEW ROMAN

REC. INSERIR

QUE É QUE EU FAÇO DO MEU

486 DX 40 4 MB DE RAM?

PAGE DOWN \*\* PARK


Natal-Rn

Novembro de 1994.


sexta-feira, dezembro 14, 2007

RUA SÃO PEDRO

Recanto de cultura

Paulinho a Cores e Chagas Lourenço

Bob Motta se apeia da moto, tira o capacete e se apresenta num boa tarde sonoro e sorridente. Traz, pronta na língua, a poesia matuta feita no dia, e vem conferir a aceitabilidade da dita.

Mesa boa em Nazaré, Bob senta e a conversa segue adiante, Chagas Lourenço contando proezas de sedução fácil de rapazote, nos tempos que amigou-se com Neuza Margarida Nunes e vivia na Ribeira, de cabaré em cabaré, haja cachaça!

- Seu Chagas, o senhor é fichinha pro mano véio aqui. Desafiou Bob Motta.

Espantado, Chagas deu uma tragada no seu Ramon Allones cubano; desceu a mão ao copo de cerveja geladinha que estava sobre a mesa, acompanhou as volutas de fumaça no ar; até que resolveu responder:

- Mais do que eu, eu sei que você conhece do assunto, seu Bob. Mas mais do que eu e Paulinho a Cores junto, você não conhece, não!

Percebendo o desafio aceito, Plínio Sanderson arregalou mais ainda os olhos e o Bardin fez tremer no pandeiro toque de execução de sentenciado.

- Esperaí queu vou pegar caneta e papel! Foi o tempo que Cabrito pediu para registrar o entrevero para a Capitão Gancho Produções Artísticas.

Eu vi Danusa de Salles,

dizer na televisão,

que nas Rocas, tão querendo,

fechar nossa diversão.

O fim da Rua São Pedro,

além de me causar medo,

me entristece o coração.

Sapecou Bob, em meio ao silêncio que se fez ao retorno de Cabrito.

Não era à toa que o assunto girava em torno de cabaré: aquele era o dia do fechamento da Rua São Pedro a chumbreganças comércio/amorosas.

E se falava de Maria Boa, Rita Loura, o Arpege, recursos, até da Transamazônica, manguezal da Praia do Forte.

Chagas estava numa de nostalgia de fazer dó. Como Neuza fazia falta! E lembrava as madrugadas de fim-de-farra tomando as saideiras com caldo de feijão a cavalo da Tenda do Cigano.

Conhecia tudo, o menino. Mas o dia era de Bob e ele estava interessado na estória. Consentiu e Bob levou adiante:

- Se eu fosse capaz de impedir esse estrupício, eu iria à Promotoria pra dizer:

Ilustríssimo Promotor:

No aspecto cultural,

nas Rocas, rua São Pedro,

é, além de colossal;

manancial de memória,

que se confunde com a história,

da cidade do Natal.

Como todo bom bar que se preza tem a mesa dos comunistas, Albérico, o diretor de organização do PCdoBeco se levantou, dedo vibrando no ar:

- Valeeeeeeeeeeeu, Bob Motta! Alguém tem que levantar a bandeira da defesa da Rua São Pedro!

Quando sentou, na aba lateral do bucho, levou beliscão forte de Marta, para fazê-lo esquecer tempos outrora ali vividos, gastando em três dias todo o salário do mês, ouvindo música de radiola de ficha, a rapariga no colo, e a vida que pediu a Deus no mundo.

Em nome da boemia,

sob o céu de azul anil,

não feche os bregas, doutor;

Se as radiolas de ficha,

deixarem de funcionar,

doutor, com toda certeza,

o senhor vai se tornar,

digo, nos versos que faço:

O coveiro de um pedaço,

da cultura potiguar...

Albérico não agüentou de emoção e levantou bruscamente, aplaudindo. Todos os outros comunistas foram solidários e levantaram também.

A última foi Marta.

- Eu sabia que um dia você ia entender porque eu dizia que a Rua São Pedro era um recanto de cultura da cidade do Natal... Disse Albérico, olhando-a nos olhos.

Levou um muxicão tão do condenado, que desandou e derrubou duas cadeiras, numa das quais estava a bolsa de Marta, que caiu na lama do beco de Nazaré.


terça-feira, dezembro 11, 2007

BIBELÔS & PARANGOLÉS:



Metalinguagens Poéticas

EXPOSIÇÃO do poeta Plínio Sanderson
em celebração aos 40 anos do Poema Processo
De 13 a 20 de dezembro / 2007
no Bardalo's - Centro Histórico.

Poesias Visuais ou Plásticas Poéticas?
Ready-mades duchampianos ou objetos wharholianos?
Dadaísmo? Arte Pop? Ou Pop Arte Dadá?
Arte Conceitual quando destrói a brutalidade da matéria
impondo-lhe fantasia e pureza transitória da forma.
Ação criadora de procedimentos (quase e tão) inéditos
traduzida em "coisas" recicladas.
Dissecação da palavra P - O - E - S - I - A!
Obsessão pelas letras, em fontes de todas as "tipologias"
(modos pelos quais as línguas podem diferir umas das outras).
As sêmias levadas à exaustão pelos sentidos corpóreos & imagéticos.
O sistema preso à arbitrariedade do símbolo, refém do signo.
"A Arte é uma série de objetos que provocam emoções poéticas".
"A dimensão onírica da matéria"....
Revisitados & Homenageados:
Jorge Fernandes, Mallarmè, Rimbaud,
A. de Araújo, Hélio Oiticica, dos Campos às Galáxias,
Oswald de Andrade, Dailôr Varela, Falves Silva,
Augusto Ululante, Jota Medeiros, Fábio di Ojuara...

Dia: 13 Dez. às 19 h. - BARDALO’S (Comida & Arte)
Gonçalves Lêdo, 671, Centro Histórico
Plínio Sanderson
9983 5667 / 3212 1740

quinta-feira, dezembro 06, 2007

BOEMIA

Estado da alma. Elevação do espírito. Generosidade de vida.

Festa todos os dias. Perspicácia. Fino humor.

Música. Cores. Poesia. Informação e amizade.

Tudo isso é boemia, que é mais. É acolhimento, abraço, uma conversa sem fim, sorrisos, gargalhadas, carinho.

O templo é o bar, a casa que celebra a liturgia etílica.

Balcão, mesas, cadeiras. O copo, a bebida, a parede - tira-gosto.

Brindes, confraternização.

Futebol, acontecências, mulher, homem, política, religião, o bar é a salvação do mundo, do país, da flora e da fauna, do meio ambiente, da alma.

Boemia é calor humano, elegância. O bar, o berço aconchegante, a fábrica de boatos, o depositário destes.

Ali, os grandes tornam-se menores; os menores, maiores em suas louvaminhas; o homem da lei proseia com o contraventor.

Na mesa de boemia, o homem se faz generoso: paga para quem não conhece; e também se faz avaro.

Como templo, o bar tem seus santos e a eles o que bebe a cana faz reverência, derramando sobre o chão um pouco da dose que o levará às próximas.

No bar é preciso proteção, sim. Do santo e contra maus olhados, inveja, maledicência, perdição, cirrose.

Boemia é ode a Baco, alegria, amigos, felicidade, acolhimento, abraço, conversa sem fim, sorrisos, gargalhadas, carinho, emoção, sede e gula, prazer.

Eduardo Alexandre